Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
Seja Bem vindo!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Oscar Wilde em O Retrato de Dorian Gray

Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o ator de um papel que não foi escrito para ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente. O temor à sociedade, que é a base da moral, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Descubra o amor

Uma das coisas que buscamos muito ao longo da vida é amar... Encontrar uma pessoa que balance com nosso coração e que explique algumas loucuras.
Sabe aquelas paixões que nos fazem entrar em transe, cair de quatro, enlouquecer?
Aquela paixão que nos faz fechar os olhos, suspirar e sorrir a toa, sair cantando por ai?
Pois é, eu descobri o que acontece depois que essa sensação avassaladora vai embora ou diminui: - Sobra o amor. Mas não esse sentimento mistificado, que dizem que tem o poder de fazer voar, não, o que sobra é um amor conhecido, igual ao que temos por pessoas muito queridas da nossa familia, como Pai, Mãe, irmãos, só que entre amantes existe tesão, existe sexo, existe ardência.
Eu descobri que o amor não tem tipos nem classificações, assim como não existem dois tipos de saudade, três de ódio, cinco de inveja... O amor é singular, único!
Eu sempre relutei em acreditar em casamento, união, viver junto e todas essas coisas que implica numa relação a dois embaixo do mesmo teto, pois sempre achei que a cobrança sepulta uma relação que poderia ser eterna ou duradoura ao menos. Eu ainda acho isso.
Acredito que o sucesso de um relacionamento duradouro exige de tudo um pouco, mas muitas vezes nem necessita de uma paixão intensa.
Bom, acho que antes de qualquer coisa deve haver muito respeito. Precisa saber ouvir. Ter o mínimo de paciência, não pode haver comparações e nem disputas... Senso de humor pra encarar conflitos, coisas inesperadas, certas faltas e algumas infantilidades.
Acho ainda que precisa ter lucidez. Uma cabeça programada para superar problemas, rejeições, falta de trabalho inesperado, contas que não param de chegar.
Amar apenas não resolve, tem que haver um pouco de silêncio, amigos próximos, independência, recordações para contar, espaço para ambos. Tem que ter crédito com o outro. Companheirismo, intimidade, algumas vezes simular que não ouviu ou não viu. Acho que é necessário entender que a união não pode ser confundida de forma alguma com uma fusão.
Tem que haver entendimento, critério, racionalidade. É necessário reunir um grupo de sentimentos para sustentar esse amor que carrega um peso de onipotência, e que não se basta sozinho.
O amor está nas coisas mais simples que fazemos com nosso companheiro no dia a dia... as mais simples mesmo, ele não solicita nenhum tipo de sofisticação. São atos, gestos e palavras simples que nos fazem amar uma pessoa.
O primeiro passo é aceitar a pessoa exatamente como ela é, com todo seu modo de ser e agir, com todo o seu modo de se vestir, de usar o cabelo, de sorrir, enfim... sem querer mudá-la... acredito que esse seja o primeiro sinal de que encontrou a pessoa certa.

Chega

Existem momentos em que fico farta de algumas companhias ... quero estar a sós comigo mesma. Pessoas insistentes e que não sabem o que é uma amizade me enjoam, principalmente quando tudo é igual, repetitivo, e elas voltam com as mesmas carências e dores cobrando de você carências que te faltam. Não entenderam ainda que essa carência que nunca deu é a que nunca teve pra dar...
Nesses momentos minhas faltas me bastam e não dá pra destapar meus buracos pra preencher os alheios. Não posso oferecer mais do que amizade se é só isso que tenho pra dar...
Não sei não, mas acho que vai chegar o dia que não terei mais nem isso pra oferecer... Estou farta de tentar em vão.
Não quero mais provocações nem julgamentos, eu sou o quero ser, e serei o quiser pra sempre. E retruco sim a todas as provocações e afrontas que me colocam a frente do caminho...
Sim, eu quero o incerto, o incorreto, o imprevisto... Sim, eu quero a precisão do destino que desprotege, que desabriga mas que não me impede de experimentar.
Sim, eu quero a mesma precisão do destino que condena, que pune, que fere, mas que me deixa livre pra errar, amar, fazer o que quiser, pois quando me machuco sempre é por mim mesma e sempre é sozinha... Sangro até a ultima gota, faço exposição da minha carne viva, choro e estremeço. Mas nunca digo que foi o destino que me fez isso ou aquilo, e sim minhas escolhas... sempre elas...
Eu sinto a vida em mim, sinto tudo estremecer e ferver, sinto ardência em cada parte do meu corpo e me queimo muitas vezes... Mas não fico de jeito nenhum vendo a vida passar como se eu não tivesse nenhum controle sobre ela, como dizia Raulzito: "Sentado num trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Loucos e santos

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."
(Oscar Wilde foi um dramaturgo, escritor e poeta Irlandês. Expoente da literatura inglesa durante o período vitoriano, sofreu enormes problemas por sua condição homossexual, sendo preso e humilhado perante a sociedade)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dentro - Favorita do novo CD Ana Carolina

"Me escondi
Pra não ter que ver você dizer
Coisas que eu não merecia ouvir
Era você ou eu
Escolhi
O pior lugar pra me esconder
Me tranquei por dentro de você
E não sei mais sair
Pela rua penso em ti
Volto em casa, penso em ti
No trabalho sem querer
Quando vejo tô pensando em você
E surgi de onde eu não imaginei
E aprendi que eu nunca sei
Enganar meu coração
Escrevi frases soltas pelo chão
Esperei você dormir
Pra jurar minha paixão
Escolhi
O pior lugar pra me esconder
Me tranquei por dentro de você
E não sei mais sair
Pela rua penso em ti
Volto em casa, penso em ti
No trabalho sem querer
Quando vejo tô pensando em você
E surgi de onde eu não imaginei
E aprendi que eu nunca sei
Enganar meu coração
Escrevi frases soltas pelo chão
Esperei você dormir
Pra jurar minha paixão"
Ana Carolina

Essa música é a minha favorita do novo CD... linda...
http://www.youtube.com/watch?v=KOdVMx50Ru0&feature=related

Ana Carolina - Show inesquecivel


Show Ana Carolina 14/11/2009 - Eu estive lá!

" Todo sentimento precisa de um passado para existir.
O amor não...
Ele cria como por encanto um passado que nos cerca.
Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio.
com alguém que há pouco era quase um estranho
Ele supre a falta de lembrança por uma espécie de mágoa."
(Poema de Benjamin Constant - Declamado por Ana Carolina)

Agora o que eu mais amo e já até decorei...

"Te olho nos olhos e você reclama
Que te olho muito profundamente.
Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente...
Eu te ensinei quem sou...
E você foi me tirando...
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade...
De me inventar de novo.
Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais...
Nos seus traços.
A ponto de ver a estrada...
Muito antes dos seus passos.
Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."
(Texto de Fabricio Carpinejar com Boris Pasternak- Adptação Ana Carolina)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Ferro e Farpas no trabalho

"Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida te enfia goela abaixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar café e continuar"... Caio Fernando Abreu


Eu fico realmente indignada com certas atitudes, será que as pessoas não conseguem cumprir com o combinado? Não é possível! Não estou conseguindo acreditar no que está acontecendo novamente... Repetição do ano passado, vale a pena ver de novo da saga: Férias...

Existem dois tipos de pessoas, aquelas que cumprem o que prometem e aquelas que prometem e depois dizem que não prometeram, aqueles que usam o comprometimento das pessoas ao seu favor, e aquelas que, como namoradinhas ciumentas, usam contra.

Eu deveria vender viseiras de cavalo nas grandes empresas – aquelas que os mantêm olhando para frente - Prevejo altas demandas em curto prazo. Se não posso combater a estupidez, lucraria com ela.

Eu sempre pensei que ninguém seria páreo para o Brasil em castração, principalmente a intelectual. Ainda penso assim, mas o nosso mercado de trabalho é o fim da picada. Com um agravante: Brasileiros, no geral, tem vocação para ser servo, então fala pra todo mundo - menos para o chefe - e não sem uma ponta de orgulho, que está trabalhando demais, ganhando pouco, sendo explorado, em vão com as horas extras. Sem nada fazer para mudar isso.

É dificil dizer, mas hoje vejo duas opções razoáveis para jovens com um mínimo de ambição, coragem e inteligência: buscar empresas e chefes inovadores e que te dão condições de trabalho, ou guiar uma carreira própria, empresário e chefe de si mesmo.... Assim como qualquer um dos gênios da humanidade e como qualquer empresa pensante, você poderá ir para casa em um horário decente, tirar férias, ficar doente, tratar a doença, enfim, desde que não atrapalhe ninguém e entregue seu trabalho limpo e bem feito dentro dos prazos estabelecidos, sendo avaliada pela qualidade, produtividade, aqui subapelidadas de competência (que me remete um pouco ao mediocre) pois a palavra prazo, está sim a exigência suprema e importante, a cobrança mais digna de um chefe.

Eu preciso bem mais que uma primavera para decifrar essas incoerências dos atos alheios... Essa coisa enraizada em todas as minhas histórias. Queria me livrar de tudo isso, partir ao meio essa disciplina e doá-la a quem quisesse junto com todo esse jeito certo e exato de conduzir as coisas na vida...

Gostaria de correr com os dias deste indecifrável caminho que, de tantas farpas, sempre me machuca a pele, carne, veias e me dá uma cara de tempo ruim.

Preciso resolver isso!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Meu inverso

Estou sem tempo por esses dias, mas com vontade de escrever...


Se existissem fotografias deste fim de semana estariam tremidas...
Tenho visto tantas coisas ultimamente, mas tantas, que às vezes me dá uma tontura. Parece que pesa na cabeça e ela oscila, querendo cair. Para segurar, tento me recompor em pedra, escrevendo coisas duras, tristes, outras sem graça.

Eu não sei o nome que se dá a um problema que não é bem um problema, daqueles que te tiram o sono e embrulham o estômago, que interrompem sua leitura e ficam pulando na sua frente da maneira mais angustiante possível. Existem vários tipos de problemas no mundo, diferentes em escala e importância entre si, mas o meu não é bem um problema... talvez seja uma confusão de pensamentos ou sentimentos, não sei..

Me encarei hoje ao espelho, vi meu rosto pensando... É sou eu! traços que estão entortando a cada dia, mas não me enganam, continuam me desenhando, a arte final será pele enrugada, cabelos brancos, face entortada, o corpo ainda será diferente, e saudade do rascunho... Estou com quase 30 anos e isso vem me assustando ultimamente, o tempo passa demasiadamente depressa e sorrateiro e a solidão acompanha cada passo, cada vez mais.

Lá estava frente ao espelho! Fascina-me ainda, como na idade de criança, pois ainda parece que tenho muito a viver a aprender, mas não ilude. Nunca quis entrar no espelho. Sempre me pareceu absurdo, se a profundeza do verso era rasa, não havia mundos a entrar. Mas a superfície transparente, cristalina, o inverso da imagem, que coisa mágica! por ser possível.

Meu inverso, imitando os gestos verdadeiros, ou o inverso. Hoje tive um dia daqueles! Mas ainda assim estou gozando de certa paz. Não aquela paz, posfácio do amor, em que se olha o teto e, abraçada a "ela", faz-se um discurso sobre as maravilhas do futuro. Não. Hoje essa paz foi daqueles momentos saudosos, em que se pensa no amor como existente, porém distante. Algumas vezes me engano, porque quero. Só assim é possível tragar o amargo que desce, esse intragável distanciamento que talvez seja tudo que se quer.