Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
Seja Bem vindo!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Férias 2001

A pedidos vou contar mais uma:

As férias eram outras, Agosto de 2001, mas a amiga era a mesma. Desta vez resolvemos que seriam alguns dias em acampamento e mais alguns na praia. Pegamos a estrada e partimos para o acampamento. Barraca confortável para duas pessoas, devidamente emprestada e equipamentos adequados para tal empreitada como fios, lâmpadas, pratos, talheres, panelas, algum mantimento e dúzias de latas de cerveja. Desnecessário dizer que o “algum mantimento” voltou intocado.
À tardezinha, ainda com o dia muito claro por causa do horário de verão, chegamos ao local onde acamparíamos. Logo escolhemos o melhor lugar para armar nossa barraca, ou seja, perto de uma barraca que estava acabando de ser armada por dois garotos interessantes. Fomos em frente, armando nossa barraca.
Minha amiga e eu nunca tínhamos armado barracas e, portanto, não demorou muito e os dois garotos, depois de observar tantas trapalhadas e sentindo pena das duas babacas pediram licença para dar uma ajuda e dez minutos depois, sob orientação deles e a nossa linda barraca estava armada.
Mas eles tinham lá suas fraquezas.... Eu estava inspecionando os arredores quando alguns gritos me fizeram correr em direção a nossa barraca. Um rato. Tinha um pequeno camundongo dentro da nossa barraca! E minha amiga gritava desesperadamente, Quando eles chegaram encontram as duas abraçadas e balbuciando que tinha um rato enorme lá. Imediatamente traçaram um plano: um deles entraria e afugentaria o rato para fora enquanto o outro na porta da barraca, o mataria.
Já extasiada vislumbrei tudo. O garoto de fora estava se achando o bravo e audaz cavaleiro que poria fim ao desespero, ao perigo em que estavam expostas aquelas lindas e indefesas damas ao matar aquele monstro horrível!
E foi pensando assim que eles trataram de prolongar aquela terrível e perigosa batalha. Um deles espantava o rato para fora e o outro dava um jeito, disfarçadamente de espantá-lo para dentro. Após algumas vezes o peste do rato se cansou e não quis mais brincar, saiu e não queria mais entrar. Então, para não deixá-lo ir um dos garotos teve que matá-lo.
Exibia-se como um cavaleiro exibiria a cabeça de um dragão na ponta de uma lança, aquele terrível e perigoso monstro de aproximadamente dez centímetros (incluindo-se nessa medida o rabo do bicho). Enfim jogou-o em um riacho próximo das nossas barracas e ao voltar para junto das donzelas aliviadas e agradecidas, estavam nos convidados para jantar, logo mais à noite no restaurante do acampamento.
Depois do banho, enquanto nos vestíamos estávamos escolhendo quem ficaria com quem e é claro que escolhi o mais bonito. Minha amiga não concordava e insistia que eu tinha que ficar com o outro, mas quando eu argumentei com muita firmeza que fora eu quem tinha alarmado os garotos para nos defender daquele imenso e perigoso dragão, ela concordou.
Isso decidido partimos para o restaurante e para o jantar, onde ficamos até às duas horas da manhã com os garotos e suas lindas namoradas que chegaram para passar o final de semana com eles, que só vieram antes para montar as barracas pra elas, que com a nossa ajuda desmontaram no domingo e voltaram para São Paulo, carregando com eles suas lindas companheiras.
Bom! Ficamos por lá, duas donzelas indefesas lamentando nossos cavaleiros perdidos, por mais dois dias e por fim decidimos que estava na hora de ir para a praia. Essa da praia eu conto depois.
(Texto original do amigo JB Valim)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Férias

Após uma longa batalha para conseguir férias esse ano, finalmente consegui!
Desde o meio do ano tentando, brigando, implorando... me livrando do mês de Agosto...
Durante 3 anos consecutivos da época que trabalhei no Mc Donald's, era obrigada a tirar férias em Agosto, por ser um mês morno, tranquilo... mas esse ano não! Lembrei-me de uma história da primeira vez que tirei férias:

Agosto de 2000, férias! Não era e acho que ainda não é o mês adequado para gozá-las, mas fazer o quê? Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Trabalhávamos juntas e minha amiga e eu resolvemos que iríamos para a praia. Vimos o lado bom da coisa, naquele período as praias do Guarujá seriam só nossas e o aluguel do apartamento sairia mais em conta.
Alguns telefonemas e alguns dias depois o apartamento estava checado. Existia e era ótimo e o proprietário era sério. Depositamos o valor exigido e fomos para a praia. Colocamos as tralhas no carro e pegamos a estrada felizes da vida. Todo mundo trabalhando e nós iríamos vadiar uma semana inteirinha.
Segundona brava e a estrada para o litoral estava livre.
Chegamos. Apartamento limpo à nossa espera, com dois quartos e camas confortáveis. Depois de perder no palito o quarto de frente para o mar (Minha amiga roubou!), ajeitamos nossas coisas e, após banho, já estávamos na rua reconhecendo o terreno, ou seja, os barzinhos. Várias cervejas e alguns petiscos, depois voltamos ao apartamento para descansar, pois o dia seguinte seria pesado com muita praia, mais cervejinhas e camarões!
Dez da manhã e o zelador do prédio seguia à nossa frente carregando duas esteiras e um guarda sol e escolheu um lugar adequado para as menininhas. Era assim que ele passou a nos chamar, menininhas! Ah, bons tempos aqueles! Espetou o guarda sol na areia, deixou as esteiras e avisou a dona da barraca próxima que as meninihas ali estavam no seu prédio. Não sei se era zelo ou se recebia algum da dona da barraca, mas de qualquer forma estávamos apresentadas e em boas mãos.
Minha amiga foi correndo estender uma das esteiras sob o guarda sol e pavonear-se para alguns garotos ali ao lado, estendidos ao sol. Desenrolou num gesto brusco e as baratas espalharam-se pela areia branca e fina. Imediatamente corri para o balcão da barraca e pedi uma cerveja, enquanto a incauta desesperada me chamava, gesticulava e ao mesmo tempo tentava pisotear as ditas.
Ignorei completamente aquela ladra de jogo de palitos, inclusive quando a dona da barraca me chamou a atenção para aquela desconhecida em apuros. Consegui ignorá-la também com o olhar perdido na imensidão do Atlântico.
Até hoje aquela ladra nos palitos me chama de traidora.
(Texto original do amigo JB Valim)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Quando vem com essas brincadeiras de falar verdades
Você esquece que posso acreditar na brincadeira
Você esquece que posso reverter sentimentos
Transformar propósitos
Adulterar caminhos
E ao invés de ficar brincando...
Me envolve nos braços, me faz flutuar
Me sufoca os lábios, me pede para ficar
Me pega daquele jeito e me tira o ar
E chega de se ocultar em palavras de graça
Pois um dia eu bem que posso não te querer mais.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Nosso estranho amor

Não quero sugar
Todo seu leite
Nem quero você enfeite
Do meu ser
Apenas te peço
Que respeite
O meu louco querer...

Não importa com quem
Você se deite
Que você se deleite
Seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor...

Oh! Mainha!
Deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar
E sigamos juntos...
Oh! Neguinha!
Deixa eu gostar de você
Prá lá do meu coração
Não me diga nunca não...

Seu corpo combina
Com meu jeito
Nós dois fomos feitos
Muito prá nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois...
Não vamos fuçar
Nossos defeitos
Cravar sobre o peito
As unhas do rancor
Lutemos, mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor...

(Letra maravilhosa do querido Caetano veloso)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ser

Não costumo me importar com o que os outros pensam à meu respeito
Nem com a imagem que eu passo...
Mas esses dias pensei sobre isso, alguma coisa além do que se olhar ao espelho pelas manhãs.
Todo mundo precisa de algo mais...
Seja pra acreditar mais em si mesmo ou pra aumentar a auto-estima.
Só sei que de uns anos para cá, talvez 2 anos, tenho sido mais eu mesma.
Tenho sido bem mais, sem receio de exageros.
Outras vezes menos, sem receio das faltas.

Sou eu!
Sem condições
Sem contradições
Sem julgamentos

Me sinto assim, sem parâmetros e confrontações.
Os momentos dificies nos aproximam da realidade do que somos de fato.
É horrivel quando nos olham como reflexo de alguém.
É horrivel quando nos veêm como retrato de outra pessoa.
É horrivel quando criamos imagens idealizadas para amarmos alguém.
Essas "imagens idealizadas" geram expectativas que nos causam frustações.
E decepcionar-se com algo autêntico é quase que brecar a evolução, assassinar idéias...
É matar a sagacidade da vida.
Acontecimentos assim são inevitáveis para evoluirmos enquanto pessoas, quantas vezes idealizei pessoas que nunca existiram e quando as conheci de fato, foi um choque.

Sou eu!
Sem condições
Sem máscaras
Sem disfarces

Querendo desenvolver cada vez mais o ser que há em mim
Descobrir as inúmeras probabilidades de ser.
Portanto, olhe bem para mim mas não enxergue nada
Olhe bem para mim, mas elimine conceitos e pré-julgamentos.
Olhe bem para mim e vizualize uma árvore seca que floresceu e frutificou
E saboreie meus frutos como se não existissem outras árvores como essa
Aprecia-me.
Desfruta-me.
E se além de tudo, depois de tudo, ainda não for bem isso...
Apenas me conceda alimentar outras pessoas.

Feridas

Vedei o sangramento das minhas feridas
Tratei cada parte cuidadosamente para não inflamar
Por que me parece tão insuportável a intenção de tirar a casquinha mais uma vez?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Carroça vazia

Hoje me lembrei "da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais"...

Me lembrei quando Dezembro para mim nada mais era do que mês de férias, passava com meu Pai no Mato grosso, era tão bom, andar à cavalo, pescar, admirar a natureza... pois é, agente cresce e não dá pra mudar isso... Nessa lembrança me envolvi em outra quando andando por aqueles matos ele se calou e depois de um leve silêncio me perguntou se além do canto dos pássaros eu conseguia ouvir mais alguma coisa.
Fiquei em silêncio alguns segundos e respondi que ouvia o barulho de uma carroça.
Meu Pai com sabedoria ímpar, me explicou que aquela carroça que escutavámos vinha vazia. Fiquei intrigada com esse mistério, como poderia ele saber que a carroça vinha vazia se não conseguiamos vê-la?
Nesse momento ele me explicou que era simples a resposta, pois uma carroça quanto mais vazia mais barulho ela faz.
Tornei-me adulta, e até hoje, principalmente no dia de hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando os outros com grosseria inoportuna, prepotência, interronpendo conversas, querendo demonstrar-se dono da situação e senhor da verdade absoluta, tenho a nítida sensação de ouvir meu Pai dizendo: - Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!

Meus oito anos

Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
h ! dias da minha infância!
Oh ! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
...........................................................
Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu)
Esse é o poema que mais li na minha infância, as professoras faziam agente cantar na sala de aula.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Esperança

"Quem tem esperança aprende a conversar com as andorinhas e, com um belo discurso, convence-as a ficarem por aqui, no hemisfério Sul, espanando as nuvens do céu sujo".