Aguardei o silêncio chamar,
A ultima melodia acabar,
As falas no corredor se amortecerem aos poucos,
Os cachorros pararem de latir feito loucos...
O zumbido do vento na janela foi se enfraquecendo,
E o tempo ficou ali sucinto,
A sombra das pessoas em movimento
No vácuo esconderam-se como num labirinto
A lua dessa vez não se manifestou, e solidária,
Se partiu ao meio, fino anel de prata,
Estrelas apagaram suas luzes
Deixando o breu da noite abstrata.
E assim permaneci...
Madrugada a dentro,
Nenhuma voz, pouco barulho, muito vento,
Nenhuma luz a me ascender
Eu ali, calada.
Instante ideal para uma conversa destoada,
Em que o silêncio fala por si mesmo,
E o pensamento, um eco forte e medo.
É um choro compulsivo rebuscando a camuflagem,
É o encontro de duas de mim discutindo seus disfarces...
O que eu sou, abafando a espontaneidade,
O que eu não sou, ocultando minha imagem.
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