Quem faz uma pergunta, precisa estar disposto a ouvir a resposta. Aprendi isso a muito tempo com o melhor Presidente de empresa com quem trabalhei.
Quando qualquer um perguntava se o trabalho executado estava ok, ele vinha tranquilamente e dizia: “Você quer mesmo saber?”. Só depois que a pessoa balançava com a cabeça positivamente é que ele fazia sua análise, fosse ela positiva ou negativa.
Por esses dias eu refleti muito sobre isso, às vezes não estamos preparados para ouvir certas respostas, tanto na vida profissional como pessoal. Às vezes certas respostas mexem com agente de uma tal forma que perdemos o rumo, claro que isso é bom, pois vamos a fundo descobrir o que se passa de fato com agente.
Mas pensando no âmbito corporativo, algumas empresas nos perguntam se estamos satisfeitos, mas só querem a resposta se ela for “Sim”.
Nessa mesma empresa que trabalhei, participei de um projeto de reconstrução da marca da empresa. No mercado esse desenvolvimento chama-se Branding.
A empresa contratou um Consultor para ouvir todos os funcionários e fazer uma analise de “onde estávamos” e “onde precisávamos chegar”. Essa avaliação foi muito bem sucedida, com muitos elogios, mas obviamente que também surgiram algumas criticas. O fato é que quanto mais lia as criticas, um “Diretor” da empresa mais se indignava quanto ao “absurdo de ainda ter que ler aquilo”. Frases do tipo “nossa, eu sei bem quem escreveu isso” ou “tomei muito cuidado com que ia dizer pois o Presidente vai ler”, esse tipo de atitude é inaceitável vindo de uma pessoa com o cargo citado.
Afinal, uma empresa que investe nesse tipo de consultoria para ouvir seus funcionários, precisa estar disposta a ouvir as pessoas, precisa estar disposta a refletir de quais os motivos daquelas criticas. E mesmo que a empresa não tenha culpa, pois pode haver exageros ou má interpretação, ainda assim está falhando ao se comunicar. Afinal de contas, só há má interpretação porque há omissão.
Fazer um projeto desse nível, onde você sabe que vai ouvir criticas e não aceitá-las é como alimentar o próprio fracasso do projeto, no caso em que estou contando, esse “Diretor” não conseguiu estragá-lo pois para esse projeto ele não tinha autonomia alguma.
Enfim, a próxima vez que você pensar em perguntar para alguém se o seu trabalho está satisfatório (seja você uma empresa, um funcionário, um prestador de serviços ou um fornecedor), antes de qualquer coisa, lembre-se do meu antigo “Diretor” (Eu sempre vou colocá-lo entre aspas, pois de fato ele não merecia essa posição) e questione-se:
Você quer realmente saber?
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