Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Senti uma vontade louca de tomar aquela chuva. Me esticar no asfalto e deixar a água correr pelo corpo. Um desejo insuportável de deixar escorrer. Me jogar na correnteza e deixar a água levar tudo o que tem atrapalhado o curso do rio. Deixar que a maré suba, que limpe o que estiver a margem impedindo as plantas de ganharem vida. Um desejo inquietante de ser clara, pura, para recomeçar. Numa esperança desesperada de não seguir o mesmo curso, não me machucar nas mesmas pedras e nem quebrar os mesmos galhos. Eu sempre tive essa mania errada de fazer o certo. Mas sempre foi o certo do outro. O que ele queria ou o que eu pensava que queria, é como seu andasse no roteiro alheio, seguindo frases itálicas entre colchetes do diretor.  O que mais me apavora não é a violenta transparência que me entreguei a você. Não me apavora a intenção aparente. Não me apavora tua reação frente a tudo que te disse. Nada que venha de você me assusta. Todos os fantasmas que me apavoram estão dentro de mim. E a cada dia mais, vejo que não aprendi a me respeitar. Bem la no fundo acredito que a falta de arrependimento condiz com minhas intenções disfarçadas. Eu não queria nada disso. Eu não queria apenas possibilidades, intenções, ilusões, sonhos e planos solitários, enfim, me parece que sou eu novamente tentando afastar tudo aquilo que não dou conta de entender. Depois de tanto tempo, é a primeira vez que me pego querendo apenas aquilo que posso tocar.