Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
Seja Bem vindo!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Que venha 2012

Por muitas vezes escrevo aqui sobre meus sentimentos, dúvidas, meus egoísmos e até mesmo sobre as dores que por alguns momentos me assolam.
O que tento escrever no meu blog não são simples devaneios. Eu me considero uma mulher forte e do meu tempo, e desse tempo quero testemunhar do jeito que posso: soltando minha criatividade, ou escrevendo sobre a contradição e a grandeza de se viver... Lamentando a palavra dita na hora errada e o silêncio quando deveria ter dito algo. Eu sempre escrevo aqui sobre sermos eternamente responsáveis e inocentes em relação aos acontecimentos. Desenhamos nossa própria historia, somos responsáveis pelas nossas omissões, acomodações, desconfianças, bem como nossa esperança. Nós é que decidimos onde empregamos nosso tempo, que afinal para mim sempre é tempo presente. Eu acho que somos inocentes apenas das fatalidades que nos roubam saúde, emprego, pessoas, segurança e ideais. Sendo assim a minha perspectiva sobre a humanidade ainda é contraditória mas é instigante.
Eu ainda acredito nas pessoas, embora muitas vezes eu me decepcione, eu levanto no outro dia e tento novamente... Nem todo mundo é igual e existem sim, pessoas que se importam com as outras, que fazem o bem, que são gentis e amáveis.
Esse ano, pude me expressar pouco nesse blog, tive momentos intensos, difíceis e momentos inesquecíveis, mas diante de tudo não consegui ainda fazer um balanço de 2011 que foi num geral confuso e misterioso. Ainda tento entender porque passei por certas coisas, porque me deixei levar por outras e por muitas vezes agradeço a algumas pessoas novas que entraram na minha vida e de alguma forma a modificaram para melhor. Gostaria de ter escrito mais por aqui, gostaria de ter compartilhado os momentos de felicidade e os de confusão, mas não pude. Espero que 2012 venha de uma forma diferente, que nos traga paz, paciência e principalmente sabedoria e humildade para fazermos um ano proveitoso e feliz. É o que desejo a todos os caros amigos que seguiram comigo nessa jornada. Que venha 2012!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.” (Caio Fernando Abreu)

sábado, 19 de novembro de 2011

Digitais

"Eu tava aqui tentando não pensar no seu sorriso
Mas me peguei sonhando com sua voz ao pé do ouvido
E te liguei
Me encontro tão ferida, mas te vejo ai também em carne viva
Será que não tem jeito?
Esse amor ainda nem nasceu direito, pra morrer assim
Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais
Não vou voltar atrás
Raspe dos teus dedos minhas digitais
Eu não vou voltar atrás
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Eu não vou, eu não vou voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos
Me mata essa vontade de querer tomar você num gole só
Me dói essa lembrança das suas mãos em minhas costas
Sob o sol da manhã
Você já me dizia: conheço bem as suas expressões
Você já me sorria ao final de todas as minhas canções
Então por que?
Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais."
(Isabela Taviani)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O que não entendo

Senti uma vontade louca de tomar aquela chuva. Me esticar no asfalto e deixar a água correr pelo corpo. Um desejo insuportável de deixar escorrer.Me jogar na correnteza e deixar a água levar tudo o que tem atrapalhado o curso do rio. Deixar que a maré suba, que limpe o que estiver a margem impedindo as plantas de ganharem vida. Um desejo inquietante de ser clara, pura, para recomeçar. Numa esperança desesperada de não seguir o mesmo curso, não me machucar nas mesmas pedras e nem quebrar os mesmos galhos. Eu sempre tive essa mania errada de fazer o certo. Mas sempre foi o certo do outro. O que ele queria ou o que eu pensava que ele queria, é como seu andasse no roteiro alheio, seguindo frases itálicas entre colchetes do diretor.  O que mais me apavora não é a violenta transparência que me entreguei a você. Não me apavora a intenção aparente. Não me apavora tua reação frente a tudo que te disse. Nada que venha de você me assusta. Todos os fantasmas que me apavoram estão dentro de mim. E a cada dia mais, vejo que não aprendi a me respeitar. Bem la no fundo acredito que a falta de arrependimento condiz com minhas intenções disfarçadas. Eu não queria nada disso. Eu não queria apenas possibilidades, intenções, ilusões, sonhos e planos solitários, Enfim, me parece que sou eu novamente tentando afastar tudo aquilo que não dou conta de entender. Depois de tanto tempo, é a primeira vez que me pego querendo apenas aquilo que posso tocar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mágoa

Esses dias eu li uma frase de Shakespeare que dizia: “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”, pois é, nada mais do que a pura verdade.
Quando estamos magoados com alguém esquecemos tudo e qualquer coisa de importante que vivemos com essa pessoa, podemos ter um sentimento de amor, admiração e respeito,mas quando a mágoa vem, tudo isso vai indo por um caminho torto. Esse sentimento é tão forte e tão poderoso que nada nem ninguém pode impedir que ele nos tome por completo, dilacera nosso coração e corrói nossa alma.
Quando estamos magoados temos a sensação que podemos deixar de odiar, mas não conseguimos deixar de sentir aquilo.Fico pensando, como pode um sentimento ser tão poderoso que se instala dentro de nós e nos aniquila aos poucos, acaba com nossas forças e enfraquece nosso coração.
Agente se esquece de tantas coisas significantes, aniversários, nomes de pessoas que passaram por nossas vidas, datas alegres, um dia feliz com a pessoa que agente ama, um sorriso despretensioso, mas daqueles que nos magoaram e seus atos, ah, isso demora e as vezes nunca acontece! Há sempre uma cena, um gesto, uma palavra que estará ali, na nossa cara, para nos fazer recordar sempre do que nos magoou. E isso vai nos consumindo, cada parte do nosso corpo, dia após dia, silenciosamente nos destruindo. Mas o pior de tudo isso é que quando nos lembramos do ser que nos magoou, pensamos logo que ele terá o que merece algum dia. Cedo ou tarde ele pagará pelo que nos causou. Mas o que muitas vezes nos esquecemos é que aquela pessoa nem se lembra mais do ocorrido, segue sua vida, segue seu rumo e nem olha para trás. Para ela foi somente algo que aconteceu, nada mais, talvez uma fatalidade, um momento de raiva, um excesso, mas que passou e nem importância tem mais.
E nós, seres humanos imbecis, onde quer que estejamos, tomamos gota a gota do nosso próprio veneno... E torcemos que se Deus permitir, e ele há de permitir que o outro morra pelo mal que nos causou.
É lamentável que seja assim. Com isso perdemos coisas, pessoas, dias e momentos que poderiam ser inesquecíveis.
(Esse texto é para alguém da minha familia que eu amo demais, mas que toma esse veneno todos os dias)

“A mágoa altera as estações e as horas de repouso, fazendo da noite dia e do dia noite.”

domingo, 17 de julho de 2011

Carta

Querido Marcos,
As coisas vão acontecendo, dia após dia e alguns sentimentos não se desfazem dentro de mim. Um sentimento agonizante de quem precisa colocar para fora mas não consegue. Uma coisa horrível, encalacrada no calabouço da alma, sem meios de fugir.
De um tempo para ca, depois de todas as mudanças que aconteceram, e você sabe bem, as minhas emoções foram se aniquilando, se repreendendo e eu acabei perdendo a noção do tempo, espaço e de mim mesma. Não tenho me reconhecido, não sou eu essa aqui. Nada em mim faz lembrar o que eu era. Eu me olho no espelho e parece que outra pessoa está ali, mas não sou eu, nada me faz reconhecer. Você nem consegueria me olhar como antigamente. De repente eu me dei conta que estou me perdendo, que minha alma saiu fora do corpo e nada faz sentido. Uma única coisa faz sentido, eu não me pareço nada com essa coisa aqui que habitou minha carne. Não sei quantas almas eu tenho em mim, mas sempre fui forte, destemida, corajosa, e não esse monte de receio, insegurança, fragilidade e tristeza que insistem em me apoderar. Você me diria agora que preciso resgatar quem eu sempre fui, aquela que se arriscava e pronto, que tomava uma decisão e seguia em frente, sem ter que se aconselhar com ninguém, aquela que se divertia com os amigos e ria tanto que podia sentir a barriga adormecer, aquela que chorava mas no outro dia nem sabia mais porque as lágrimas escorreram, aquela que era forte, que quase nada a abalava, que só de olhar pela janela já se sentia repleta de coisas, aquela mulher incrível que era capaz de conversar com qualquer pessoa de igual para igual e nunca sentir-se intimidada, nem desrespeitada, e muito menos dependente de qualquer pessoa ou sentimento. Ela não se deixava levar. Você se lembra?
Eu não gostaria que me visse dessa forma. É deprimente ver um amigo despedaçado e tentando encaixar pedaços que nem sabe se são seus. No entando estou tentando resgatar aquela pessoa de antes, meu amigo. Eu a quero de volta e por mais que me sinta sem forças, eu a buscarei, custe o que custar, nem que custe todos os sonhos que me fizeram chegar aqui.
Por que essa aqui, meu caro amigo, nem mesmo eu sou capaz de amar.
Saudades imensas,
Izabela

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Apesar de mim

Tenho me sentido terrivelmente triste ultimamente. Um lado escuro insiste em me acompanhar. Uma tristeza, um medo, uma solidão, uma incerteza sem fim...Uma dor persistente que teima em permanecer, dia e noite. Eu acho que já falei de vazio por aqui. Parece estranho sentir isso, um gigante vazio que me derrete, e ao mesmo tempo sinto-me repleta de coisas, tão cheia que não cabe mais nada dentro, não dá para respirar. Não sei explicar, é contraditório. E uma canseira primitiva que toma meu corpo, parece que vai durar uma eternidade. E parece que não tenho mais forças, parece que já não quero lutar. Que já não há forma de dar nem mais um passo. Às vezes eu me esqueço de como viver. A vida se coloca tão dolorosa, difícil, que sinto que vou desmoronar a qualquer momento. Como uma árvore cortada na raiz, uma coisa inerte, largada. Como um monte de papéis rasgados, espalhados pelo vento, sem consolo e nem esperança. E diante de tudo, ainda estou aqui. Sempre encontrando uma maneira de resistir, de não desistir, de permanecer. De resistir a mais uma tormenta, e se reerguer sobre o próprio corpo, mais uma vez. E me pergunto porquê? Que coisa é essa que ainda me move que me pede para levantar novamente para ganhar essa batalha? Não sei ao certo. Talvez exista uma vontade de  que as coisas sejam diferentes que me faça continuar. E talvez por isso eu siga em frente, porque a vida não se entrega, não some, não desiste. Apesar de tudo, todos e apesar de mim.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mudanças

Eu sempre tive muita dificuldade com as mudanças, porque elas produzem uma ansiedade incontrolável dentro de mim.
Uma troca de emprego, uma mudança de apartamento, romper um relacionamento que me esmagava, evitar um convívio onde um se anula enquanto o outro repudia, enfim, sair do que parecia habitual, mesmo que ruim, sempre foi perturbador.
Eu ainda tenho essa aflição e isso ainda me pega de jeito em alguns momentos, mas com uma melhora efetiva, pois hoje reflito muito mais sobre as coisas que me acontecem, eu mensuro meu egoísmo e me abalo menos com as modificações que a vida me coloca pela frente. As coisas mudam a todo momento, as pessoas não são mais as mesmas de dez anos atrás, as famílias mudaram, e tudo avança numa velocidade incrível. Porém os sentimentos e emoções humanas não mudaram.
Os sentimentos básicos ainda são os mesmos: liberdade, afeto, segurança, parceria, ser importante para alguém. Não é necessário muito, mas ser valorizado sempre foi importante para qualquer ser humano. E não tem a ver com grana e status, mas sim com o modo como somos vistos, por nós e pelos que amamos. Minhas atitudes e desistências brotam desse conceito.
Pouco importa se você é doméstica, empresária, vendedora, executiva ou atendente de lanchonete: é necessário gostar-se na medida em que você acredita na sua dignidade, querendo expandir conforme seu valor. E também segundo ao que você acha que vale a pena esse crescimento, essa entrega. Depende muito de confiança, que algumas vezes falta, claro que falta.
Se eu achar que não to valendo mais nada, serei sempre nada. Permitirei que vivam, decidam e falem por mim. Porém, se eu acreditar que apesar de todos os medos e limitações eu mereça coisas boas, lutarei por isso, independente da mudança que venha enfrentar, ainda que seja dentro de mim. Sendo assim, posso até permitir que os outros me amem, nem sempre da forma como eu gostaria, mas da forma que podem me amar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ele não sabe

Ele não sabe mais nada sobre mim.  Não sabe que meu cabelo cresceu, que hoje uso lentes de contato. Ele não sabe quantas coisas passei durante todos esses anos, que casei e separei, que tive inúmeras experiências profissionais, não sabe nem os meus novos assuntos. Ele não sabe quantos amigos sumiram desde que abandonei a minha vida social intensa. Ele não sabe nem a cor dos olhos de quem eu amo. Ele não sabe que eu nunca mais senti saudades. Que deixei de pensar em tudo aquilo há muitos anos atrás. Ele não sabe que desde que não dividimos mais nada sobre nós, eu me tornei a minha melhor companhia: ele nem faz idéia que foi ele  quem me ensinou esta alegria.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O sonhado projeto

Minha fascinação e fixação por esse projeto era uma imensidão, era imensurável. Tantos e tantos anos planejando, desejando e sonhando com esse momento... E pensar que tudo isso formou-se na mais tranqüila e paciente espera. Larguei tudo sim, afazeres, amigos, apartamento e hoje presto somente atenção nela.
O vento que vem traz-me uma felicidade que não encontrava daquele outro lado do mundo... Claro que é totalmente diferente da avenida da minha vida. Comparar seria impossível. Mas esse momento, ah esse momento não sei explicar... Eu sei que não será por pouco tempo, e faço tudo para que esse tempo seja necessário, não apenas para que eu desfrute tudo o que ela me ofereça, e sim para que eu sempre sinta vontade de tê-la. Sinto-me completa nesse momento. Sinto saudade dos amigos queridos, mas sinto-me imensamente feliz em poder concretizar esse sonho.
O nome desse belo projeto é Planet Limp - Limpeza Sob medida.
E eu desejo que cada um consiga transformar em realidade o seu próximo sonho!
Confiram: http://www.planetlimp.com.br/

Um abraço,

quinta-feira, 24 de março de 2011

Oscar na Blogosfera

Meus caros amigos,


Hoje eu fiquei sabendo de um prêmio que tá circulando pela blogosfera, o "Oscar de melhores blogueiros do ano"
A proposta é da Paula Li, do blog Certas Coisas: www.parapensarcertascoisas.blogspot.com/
Eu achei muito legal a iniciativa da Paula, em premiar os melhores blogueiros do ano, nas categorias
Melhor blog – blogs de conteúdo relevante.
Melhor blog estrangeiro – blogs de brasileiros que residem fora do país e que nos enriquecem com novas culturas e experiências.
Melhor blog coadjuvante – blogs com até 50 seguidores ( o objetivo é reconhecer o trabalho das blogueiras consideradas “iniciantes”).
Melhor blogueiro – blogueiros que contribuem para enriquecer o universo da blogsfera, seja através de postagem, comentários, dedicação, empatia, comprometimento...
Melhor layot
Achei sensacional! E aproveito a ideia para indicar um blog e uma blogueira que eu gosto muito: Carla Farinazzi, do Pequenos Barulhos Internos.
A Carla confecciona suas ideias a partir das coisas que ela sente, vive e vê. São coisas que nós mesmos sentimos, vivemos e vemos. Ela tem sensibilidade, inteligência, e... principalmente, compreensão a respeito da natureza humana.
Encontramos "ecos" em seus posts, ela fala diretamente a nós.
Não há quem não a leia e não se identifique com o que está escrito.
Por isso estou pedindo a vocês, queridos amigos, que passam por aqui, que entrem no blog da Paula Li, http://parapensarcertascoisas.blogspot.com/2011/03/oscar-de-melhores-blogueiros-do-ano.html e votem na Carla Farinazzi, tanto na categoria de melhor blog, como também de melhor blogueiro e melhor layout. Porque o blog dela é simplesmente sensacional (http://www.carlafarinazzi.com/).

A votação está na lateral direita do blog da Paula Li.

Obrigada a todos!!
Um grande beijo.

domingo, 20 de março de 2011

Cultivando nosso jardim

Nascemos do jeito que somos: alguma coisa em nós não muda, nossa essência são montanhas complicadas de escalar, fechadas demais para admitir aberturas. Me parece que essa batalha será por toda a existência.
As armas que temos para executar a tarefa de viver podem ser precárias. Quero dizer: algumas pessoas nascem mais fortes ou mais frágeis que as outras. Por exemplo, um bebê pode ser mais tristonho do que o outro mais vital e sorridente. Não digo que é uma sentença, mas um aviso da madrasta natureza.
O meu escasso jardim me ensina dia após dia que há plantas que nascem frágeis, malformadas, outras extremamente fortes; Algumas são afetadas por doenças em plena juventude; outras na velhice retorcidas ainda conseguem florir.
Estamos nessa mesma condição, com uma diferença fatal: nós pensamos. Exercemos uma relativa liberdade. Dentro de limites podemos intervir.
Não adianta, somos responsáveis pelo que fazemos, pelo que plantamos em nós e nas outras pessoas, pelo que fazemos com o conhecimento nos deram para essa trajetória entre nascer e morrer.
Eu acho que carregamos peso inutil demais. Deixamos pelo caminho coisas que poderiam ser importantes e recolhemos inutilidades. Corremos para lá e para cá atrás de coisas que talvez nunca conseguiremos alcançar e raramente nos sentamos para olhar ao redor, analisar o caminho, modificar ou manter um projeto pessoal. Ou nem tinhamos esse projeto pessoal. Nos diluímos nas águas da sorte ou da vontade alheia.
Ficamos tênues demais para reagir.
Essas coisas me entristecem... Penso que cada desperdício de um destino, a pessoa que se proíbe de se desenvolver naturalmente conforme suas capacidades ou até além delas, me parece tão trágico quanto uma guerra. Pois é a derrota de um ser humano.
Não devíamos escrever textos apenas contra a pobreza, a guerra, a violência, a corrupção, mas proclamar a importância do que plantamos em nós enquanto indivíduos.
De como devemos cuidar do tempo que nos foi dado para essa jardinagem ímpar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Respeito X Ponto de vista

Quando olho para uma folha de papel penso que por mais fina que seja, ela sempre tem dois lados.
Eu sempre uso isso como exemplo quando aplico algum treinamento que fale de relacionamento com clientes e fornecedores. Demonstra que sempre há mais versões para os fatos ou mais de um ponto de vista...
Lembrei-me de uma conversa que tive com uma colega de trabalho, pedindo que ela se afastasse de outra fulana pois a mesma não era honesta.
A colega me respondeu:
- Ela pode não ser honesta com você, mas sempre me tratou bem, ela me respeita.
Naquele momento eu pensei se devia continuar, mas conclui que a colega merecia essa atenção e perguntei a ela o que era respeito no seu ponto de vista.
Meio sem graça ela respondeu:
- Ah, não sei ao certo, mas para mim é quando a pessoa é educada e me trata bem.
Eu expliquei a ela que a minha concepção de respeito não é tratamento legal, simpático, mas sim tratamento com justiça. Uma pessoa que te respeita não mente para você, não te passa para trás, não te engana... Me respeita muito mais alguém que se esquece de um "por favor", mas cumpre o prometido, do que aquela muito simpática que eu não posso contar com a palavra.
Eu sei que é complicado falar de respeito nesse mundo cheio de pessoas que não se respeitam, que nem sabem o significado da palavra, que jogam palavras ao vento...
Muitas pessoas têm concepções diferentes do que é RESPEITO, ALEGRIA, EDUCAÇÃO,  SORTE, FELICIDADE, SUCESSO, AMOR e muitas outras coisas....
MAS é isso, tudo passa pela questão do ponto de vista e penso que cada pessoa tem o seu, e é fundamental respeitá-lo, ainda que não concorde.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Faz alguns dias que venho pensando o que escrever.
Não foi falta de tempo e nem assunto, na realidade não sei dizer.
Hoje lendo meus emails, recebi uma linda mensagem de uma amiga super querida com o texto "Já" da Clarice Linspector. Me deu vontade de escrever novamente, e finalmente alguma coisa saiu:

Eu nunca fui areia onde se constrói castelos
Eu nunca fui grades diante de uma porta
Nem nunca fui uma pedra que rola pelos mares do mundo...
Eu sempre fui uma orelha engatada na concha da vida
Sempre fui plebéia e rainha, destruição e construção... sempre fui mistério.
Juntos delineamos o cronograma para o espetáculo do meu tempo: meu destino e eu.
Nem sempre nós combinamos...
E muitas vezes, nem nos levamos à sério...

PS. Carla Carlotinha, uma amiga de São Paulo que me enviou o email com o texto da Clarice.
Obrigada minha querida amiga.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Retorno

"Estou de volta para o meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade."
Depois de um longo e prazeroso verão, estou de volta.
Essas férias estão muito boas, mas estou com muitas saudades dos meus companheiros de blog.
E para começar as postagens desse ano, gostaria de postar novamente um texto muito querido que já escrevi há muito tempo atrás:

TERNURA
Mataram a poesia no colégio, quer dizer, eu aprendi a dá-la por morta nesta época, de tanto que sofria toda vez que tinha de ler para a classe.
Da professora que me fez não ler poesia por muito tempo, sequer lembro o nome. Ela não me deixou boas recordações para eu revirar no hoje. Mas lembro do sofrimento que era falar um soneto, assim, sem as palavras saírem direito e ainda sob o olhar aborrecido dos outros alunos.
A mesma professora rabiscou de vermelho minhas redações, sangrando o azul da minha vontade de pôr em palavras os sentimentos que me atropelavam. E ela disse pra eu cortar aqui e ali, porque redação tem de ser assim, curta e grossa. E eu achei que ela estava era cansada, já que anular é mais fácil que tentar compreender. Pensei que, talvez, ela estivesse cansada de corrigir redações de tantos alunos. Mas ao mesmo tempo eu me perguntava se a condição de um momento justificava o não-aconselhamento, a opção pelo homicídio de uma inspiração a ser aproveitada, não diluída em padrões.
Eu já era quase adulta, mas foi no colégio que um poema meu ganhou um concurso pela primeira vez. Eu escrevi um poema no meu nome e outro no nome de uma amiga. O poema da minha amiga ganhou o prêmio. E também foi nessa época — quando ia direto do trabalho para a escola e passava quase uma hora no pátio, lendo ou escrevendo — que me dei conta de que a minha paixão pela poesia, até então somente por escrever, não deveria ser esquartejada pela má vontade de uma pessoa dita mais sábia e experiente do que os seus alunos. E foi assim que aprendi a primeira lição de como não se deixar levar pela opção de vida dos outros. Nem sempre todos nós queremos sombra e água fresca. Alguns gostam da pele curtida pelo sol ou pelo vento frio do inverno. E eu esqueci os rabiscos em vermelho no meu universo azul.
O primeiro poema pelo qual me apaixonei foi o "Ternura" do Vinícius de Moraes, "Eu te peço perdão por te amar de repente/ Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos/ Das horas que passei à sombra de teus gestos/ Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos/ Da noite que vivi acalentado/ Pela graça indizível dos seus passos eternamente fugindo/ Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente/ E posso dizer que o grande afeto que te deixo/ Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas/ Nem o mistério das palavras dos véus da alma... / É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias / E só te pede que te repouses quieta, muito quieta/ E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora."
Um belo poema para um começo.