Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
Seja Bem vindo!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ainda sobre amar

Esse final de semana recebi vários emails com alguns questionamentos sobre meu último post. Alguns, não concordam com a forma simples e descomplicada com que eu relatei o espaço que devemos ter numa relação, e eu os respeito. Outros me questionavam sobre o que eu achava de uma outra situação, cujo o parceiro não queria só espaço, mas não queria também envolver-se por completo.
É dificil para mim falar sobre isso, pois sou uma pessoa que me envolvo até o último fio de cabelo. Tudo em mim passa a ser compartilhado, sentido. Eu também, em alguns momentos, perco um pouco essa noção do espaço do outro, até me imponho em algumas relações, além do que eu gostaria, mas depois reflito e não deixo que as coisas tomem proporções que vão me fazer sofrer, ou que façam com que o outro sofra.
Eu demorei um pouco para elaborar esse post, a reflexão foi profunda, nem sei se o que vou falar é de fato o real.
Eu penso que algumas pessoas não tem "tempo" para gerar relações duradouras, plenas, pois acredita que o relacionamento amoroso é uma perda de tempo. Eu acho mesmo é que eles tem medo de que outra pessoa descubra suas fragilidades, ou, já se envolveram tanto em outras relações dificeis, que acham que é melhor viver sem.
No começo da relação são hiper apaixonados. Mas isso duro apenas um tempo. Parecem aquelas crianças que briga com os pais por um brinquedo, ou algo no supermercado, e depois que conquista, despreza o que conquistou.
No começo da relação conseguem sair até mais cedo do trabalho para encontrar com o outro, depois de um tempo, acha que isso é uma enorme perda de tempo...
Eu acho que se relacionar com alguém assim traz uma enorme sensação de engano, de confusão. É como se o amor virasse um peso. Quando o outro telefona, devem ter a sensação de invasão do seu espaço, devem sentir-se acuados, sufocados, sei lá...
Na época que meus avós moravam na casa que hoje minha mãe mora, eles tinha uma pequenina plantação de milho, e para comê-los era preciso, plantar, semear, tirar as ervas daninhas e, alguns meses depois, colher e comer. Nos dias de hoje temos isso pronto na prateleira do mercado. Mas não se pode achar amor enlatado nessas prateleiras.
O amor para mim, continua sendo uma plantação. Precisa ser cultivado, guardado e cuidado.
Para viver o amor, é necessário se deixar invadir (não completamente), mas é necessário esse envolvimento. É a única chance de dar certo, claro, que como eu disse no outro post, precisa respeitar os espaços. Amor não é fusão, isso não existe!
Eu acredito que amar é perder a sensação de intimidade com o outro. É quando o eu e você, transformá-se naturalmente em Nós. E não estou aqui falando de casamento, nem namoro, nada rotulado, estou falando de amor, porque o amor é muito mais do que os "cargos" ocupados numa relação.
Aos que preferem não se relacionar, eu respeito, e até compreendo, mas não quer dizer que eu concorde. São as tais escolhas que falo por aqui repetidamente.
E para finalizar, vou reproduzir um pedacinho de um texto que fiz um tempo atrás:
"Algumas pessoas gostam de nós e outras, não; algumas pessoas nos apoiam até o fim, outras nos traem; algumas respeitam nossos sentimentos e outras tripudiam. Aceitar que a vida é assim mesmo, torna menos provável que as reações dos outros determinem nosso valor pessoal."
Segue o link para quem quiser ler esse texto: http://aferroefloresnaavenida.blogspot.com/2010/10/vida-e-assim.html.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sobre amar

O amor não é água de rio, mas cachoeira. Quando chega, leva tudo com sua força estrondosa. Precisamos estar preparados para observar nossas almas. No inicio, é alegria, excitação e puro prazer. Após um tempo, ele traz alguns medos que estavam escondidos no subtêrraneo da alma.
Quando temos medo de ver nosso interior por inteiro, o amor torná-se uma ameaça amedrontadora. Sendo assim, acho que o amor não é para os covardes. É preciso correr riscos, inclusive de abandonar alguns conceitos antigos que se cultivava. Coisas em que sempre acreditou como num passe de mágica perdem o sentido, no simples momento em que seu olhar cruza com a da pessoa amada.
O amor é um labirinto delicioso... Mas temos que aprender a conviver com ele para não sermos tentados a matá-lo.
Para mim, não há nada que valha a pena que já venha pronto e seja definitivo. Eu aprendi a ter prazer nas corridas de obstáculos, que proporcionam sempre o prazer incalculável da superação.
Tenho aprendido muito nos últimos tempos.
Quando alguém não quer estar com você, é necessário entender isso como uma opção, e não como uma rejeição. As pessoas tem todo o direito a escolhas, e isso é só um sinal de como elas estão naquele momento.
Vou dar um exemplo meio ridículo, espero que entendam. Eu amo uma torta que uma amiga querida faz. É uma torta sorvete chamada "Leonor" (Só podia ter nome de mulher mesmo), é o melhor doce que já comi na vida. Então, supondo que ela prepare a "Leonor" (torta sorvete), para mim e, na hora de servir, eu diga: "Não, obrigada, estou indisposta hoje para comer doce", (acho quase impossivel isso ocorrer, mas estou supondo). Ela com certeza irá decepcionar-se: "Puxa vida, fiz com tanto carinho."
Eu recuso não por achar que não ficou bom, mas porque, naquele momento, não sinto-me bem para comer doce. Quando uma pessoa não quer estar com a outra em agum momento, isso não quer dizer que não está interessada, e que não ame, mas quer dizer, que por algum motivo, essa pessoa não quer torta sorvete.
O mais importante no amor é saber que, quando a outra pessoa diz não, isso não quer dizer que você está sendo rejeitada, nem que ela está dizendo algo de você: ela está dizendo algo de sim mesma.
Por isso, é necessário e quase vital saber ouvir os sinais do outro... Porque o mundo não gira só ao nosso redor.

Desafio

Hoje recebi um desafio da querida Déya: http://andreyawilsimar.blogspot.co/m. Fiquei um tanto surpresa!
A empreitada chama-se “Desafio dos 7”. Confesso que foi extremamente difícil respondê-lo, sério!, tive uma dificuldade gigante para responder... Mas não podia decepcioná-la.
A parte dos defeitos e sonhos foram até fáceis, mas as outras coisas, como, o que faço bem?, ou, quais minhas qualidades?, tive imensa dificuldade... refleti horrores, ai, fiquei pensando... porquê é tão difícil falarmos de nós mesmos? Para Déya foi fácil, ela disse que respondeu de pronto... para mim foi difícil, fiquei pensando, pensando... Tive receio de falar qualidades que não tenho e não citar defeitos que tenho... Mas enfim, desafio é desafio e nunca fujo da raia.

1) 7 Coisas que pretendo fazer antes de morrer
- Conhecer o Mundo inteiro (affe, tem que trabalhar triplamente)
- Ter meu próprio negócio bem sucedido
- Adotar uma criança
- Voar de asa delta
- Amar loucamente e não ter o coração partido
- Cantar num palco gigante com milhões de pessoas ouvindo.
- Tocar violão com excelência

2) 7 coisas que eu mais digo
- Verdade?
- Não to fazendo nada mesmo
- Fazer o quê?
- Cara
- Meu
- Tipo
-Tô Embucetada (desculpem, mas eu falo, fazer o que?)

3) 7 coisas que faço bem
- Meu trabalho
- Comer
- Amar (Acho que sou carinhosa e dedicada)
(Não rezo muito não, senão a palavra de baixo seria rezar...rss)
- Palhaçada
- Dormir (sou muito boa de cama, deito e apago)
- Beber (sou boa de copo prá caramba)
- Cantar (Eu acho que canto legal nos Karaokês da vida)

4) 7 defeitos meus
- Ansiosa
- Ciumenta (não dou barraco, mas tenho ciúmes)
- Grossa (Dou respostas diretas)
- Insegura
- Choro compulsivamente quando algo me frustra (Sou capaz de chorar uma noite inteira)
- Mal humor pela manhã (Quase todos os dias)
- Preguiça (Adoro dormir)
Tem muitos e muitos ainda.... Mas ainda bem que limitaram a 7, escolhi os melhorzinhos.

5) 7 coisas que eu amo
- Minha família
- Meu amor
- Meus amigos
- Conhecer pessoas
- Viajar
- Morar sozinha
- A cidade de São Paulo (em especial a Av. Paulista)

6) 7 Qualidades (Essa foi foda, quem me conhece, se achar que não é verdade, por favor me corrija!)
- Sincera
- Fiel
- Corajosa
- Simples
- Amiga
- Romântica
- Determinada
Ufa!

7) 7 indicados para o desafio: (Meus caros, quem não gostar dessa brincadeira, não precisa fazer... Achei legal para o auto-conhecimento e também para que os companheiros nos conheçam melhor... Mas não sinta-se obrigado a brincar!) (Ah, também tomei o cuidado de não escolher quem já foi escolhido)
- Carla http://silenciandocompalavras.blogspot.com/
- Gaúcho http://penso-logo-digito.blogspot.com/
- Regina Laura http://nobalancodashoras.blogspot.com/
- Rike http://hobbyblogclube.blogspot.com/
- Helena http://escrevoparaviver.blogspot.com/
- Milena http://petalarrosadinha.blogspot.com/
- Dama de Cinzas http://confissoes-femininas.blogspot.com/

Para finalizar, ainda fica a sensação de que talvez não conheça tanto a mim mesma... Valeu a reflexão!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A Carta

"Quero para sempre aprisionar seu cheiro em minhas mãos... Quero que a morte me encontre e eu ainda detenha este cheiro maravilhoso... fresco como que acabado de chegar, mas pra sempre impregnado em mim...Quero a sua boca como extensão da minha; quero colar meus lábios aos seus infinitamente, incessantemente.
Acabo de beijá-la e já a quero de novo, sem fim, sem parada, sem limite...
Quero a entrega maravilhosa, plena, imprescindível. Eu me doando a você, sem medos, sem olhar pra trás nem pra frente. Apenas a doação total.
Quero você inteira comigo: seu corpo, sua cabeça, coração e alma. Seus grilos, confusões, medos, temores e sensações. Quero entendê-la como a mim. Quero entendê-la em tudo, sob qualquer circunstância, tempo ou lugar. Quero você inteira pra mim.
Ficar longe de você é um sacrifício muito amargo. Um castigo. Um dilema.
Quero você me amando o tempo inteiro, dizendo “paixão” com essa voz rouca de enlouquecer. Quero, como diz a música, ficar em teu corpo feito tatuagem. Quero esquecer o mundo, o dia, a vida lá fora... Quero viajar nos teus braços, como se fosse uma última e fatal dança.
Quero o gosto do teu corpo pra sempre em mim... É isso o que quero.
Quero fazer amor com você como fizemos hoje, com o meu corpo inteiro em movimento, tremendo de loucura, com a minha cabeça girando e eu perdendo os sentidos, a vida fazendo sentido, a existência se traduzindo em um momento único. Quero sentir você puxando meus cabelos e me arranhando, um misto de pura doçura e dor, completo êxtase...
Quero sentir essa vontade de chorar quando você me faz gozar como nunca antes aconteceu. Um choro que fica preso na minha garganta, mas que é um choro de pura delícia, tesão e susto. Como se o mundo fosse acabar e eu soubesse que fui feliz, imensamente feliz naquele momento, derradeiramente feliz."

Meus caros, dizem que após a tempestade, vem a bonança, pois é, comigo não foi diferente! Após a terrível história que contei a vocês no último post, venho com essa carta que recebi do maior e melhor amor da minha vida.

domingo, 21 de novembro de 2010

Um dia aconteceu

Aos cinquenta e três anos ele tentou se matar. Ao despertar no hospital deparou-se com a enfermeira que o interpelou:
- Por quê? Por quê?
Ele respondeu, sucinto, lúcido, pleno de sua própria dor:
- Sem esperança.
Ela dedilhava um violão do lado de fora de um bar quando se conheceram. Os olhares se cruzaram imediatamente a sua chegada. Ela tocava uma música da Elis Regina que sempre a emocionava.
Começaram a namorar semanas após esse encontro. Ela dedicou todos os mais nobres sentimentos para aquela relação. Ela se deu por completo, mais do que aquilo, era quase como doar sua alma. Como o amava!
Ele ainda era casado. Ela ficou sabendo uns meses após iniciar aquele relacionamento. Ele estava tão apaixonado que separou-se da mulher para estar ao lado dela.
Após um período juntos, resolveram que teriam um filho... A cada mês ela fazia uma exame para constatar a tão sonhada gravidez. E a cada Negativo, chorava noites inteiras.
Um dia, em plena embriaguez de ambos, ela descobriu que ele não podia ter filhos. Mas porque deixara achar que podia? Porque deixara que ela chorasse noites inteiras, achando que a culpa era dela?. Porque não a poupou de tal dor? Eu acho que ela mesma não sabe responder até hoje a tais fatos.
Os anos se passaram e aquela relação foi virando um elefante branco, uma coisa esquisita. Ela ainda o amava. Mas era estranho. Não o conhecia. Sentia que o conhecia cada vez menos...
Porque a cada dia aumentava a sensação de estar casada com um estranho. Cinco anos de convivência e um dia você acorda e não sabe mais o que fazer. Não sabe mais recomeçar, não sabe nem o que está fazendo ali. Vai escondendo a sujeira debaixo do tapete da sala. O fato é que a mentira nunca prevalece e para mantê-la, outras vão chegando para esconder a antiga. As mentiras vão se avolumando, vão tomando conta do relacionamento, da vida, da história... Você acorda todos os dias ao lado de uma pessoa que sempre amou e que vai aos poucos se transformando em um estranho...
Estelionatário, golpista e mentiroso. Sim, ele era assim. Dava pequenos golpes por aí. Ações que não existiam, faculdade que nunca cursou, mulheres que abandonava com seus vários filhos. Histórias que ela não conhecia, não imaginava.
Mas ela ainda acreditava, porque o amor era imenso. E ele diante de todas as suas ilegalidades, apaixonou-se por ela, menina do interior, que detestava o errado, o torto, o jeitinho brasileiro e a falta de honestidade.
Opostos quase completos, excluindo o fato de algumas semelhanças, tipo, gostarem de sair, de curtir uma noite, uma balada, de tomar um drink (muitos), cantar e dançar...
Mas ela descobriu ao longo dos anos que estava dorminido com o inimigo. Embora percebesse a sinceridade dos sentimentos dele, não entendia a desonestidade de suas palavras. Talvez, na verdade, ela achasse que percebia sinceridade nos sentimentos dele... Dia após dia, descobrindo-o. Levando golpes e golpes na cabeça, no coração, na alma e no bolso. Perdendo noites e noites a chorar, com medo do amanhã, sem perspectiva, sem saída, naquela vida de beco sem saída.
A decepção dói e a ferida se abre de uma forma que parece que vai te engolir.
O buraco negro que ela caiu foi tão grande e tão profundo que não conseguia mais enxergar a luz. Noites inteiras sem dormir, pedindo a Deus que a ajudasse a tomar uma decisão.
Numa noite iluminada ela decidiu. Como num passe de mágica. Acordou no dia seguinte e disse que se separaria. Ele ficou pálido, mudo, imóvel, e disse:
- Tudo bem, não vou insistir.
Mas isistiu, meses de insistência, ameaças, cobranças, perseguições. Ela nem podia por a cabeça pra fora da janela. Ele estava ali, na calçada do prédio. Vigiando. Perseguindo. Ameaçando. À espreita.
Numa tenebrosa noite, dias depois de seu aniversário, ele a convidou para um jantar, alegando uma comemoração de aniversário de sua filha mais nova. Na sua estúpida ingenuidade, ela compareceu... Gostava da menina. Era uma menina boa, elas tinham um relacionamento bacana. Pensou: “por que não ir?”
Ele a serviu um drink, mas ela não aceitou, estava de dieta. Então, serviu-lhe um suco de maracujá, ela tomou um pouco e sentiu um gosto amargo. Não gostou do suco, tinha um cheiro estranho. Ficou confusa. Não tomou mais.
Ele continuou com sua bebida, cheia de veneno de rato, porque rato tem que beber o que lhe é próprio.
Sim, ele se envenenou, e a ela também. A sorte dela foi estar de dieta e ter achado o gosto do suco estranho. Porque, se estivesse bebendo álcool, provavelmente nem teria percebido o gosto estranho. E, se continuasse bebendo, talvez não estivesse aqui para contar essa história...
Minutos depois da bebida, ele passou mal, vomitou, sangrou e fez todas as coisas mais inusitadas de um passar mal bem mal mesmo. O cheiro daquele dia, ela sente até hoje.
Os médicos disseram que não havia mais jeito, morto estava. Ficou pelo menos três meses em côma, mas se recuperou. Rápido demais. E logo a esperança transformou-se em vingança.
Passou a procurá-la dia após dia, sem parar, sem desistir, sem se incomodar, e ainda, e apesar, dos seis boletins de ocorrências que ela fizera.
Passava dias e noites na sua janela, de casa, do trabalho e do seu curso de pós-graduação. Ela tinha feito o boletim de ocorrências por homicídio e a delegada disse a sua mãe:
- Eu sou mãe, e se fosse minha filha eu a levava embora daqui, porque a policia não fará grandes coisas.
Grandes coisas? Ela disse isso. Nada fizeram de fato.
Num momento de fúria e de desesperança, ela fez um escândalo na delegacia, que nem seus pais puderam conter. Chamou os policiais de ratos, incompetentes e quem eles pensavam que eram para dizer que ela precisava mudar da cidade que mudou sua vida? Da cidade que a fez feliz, da cidade que a fez profissional... Quem será que eles pensavam que eram? Eles simplesmente não davam conta de prender um vagabundo que a tentou matar, como assim?
Ela rendeu-se à preocupação da família, e ao medo de permanecer ali. Ela rendeu-se a quem estava errado, porque ninguém mais poderia ajudá-la.
Foi-se embora para o interior, deixando na capital todos os sonhos e esperanças de um mundo inacabado.
Mal sabia ela, que lá, no interior, encontraria verdade, afeto, novos sonhos e novas conquistas.

Se teve algum lado engraçado? Sim, acho que sim
... Depois de seu súbito desvario, o médico lhe deu uma trouxinha com os pertences dele. Não teve coragem e nem vontade de abrir. Sua mãe abriu. Havia um pente, manteiga de cacau, uma nota de um dólar, algumas moedas, um anel grosso, a carteira com os documentos e uma dentadura.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Como assim? O cara usava dentadura e ela nem sabia???
Putz! Ela já o tinha visto até passar fio dental nos dentes!!! Mas o médico confirmou: ele usava dentadura.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Em prol de nós mesmos

Essa luta por sobreviver está endurecendo a espécie humana. Vivemos em muitos momentos pressionados.
A competição serve para algumas pessoas como justificativa para qualquer tipo de estupidez.
Após trilhões de anos depois do homem das cavernas, a vida continua um campo batalhas, principalmente no mundo dos negócios. Mas não só lá. Algumas pessoas destroem a si mesmas e aos outros para atigirem seus objetivos. A forma como constroem seu sucesso é agressiva, e a vitória é saboreada solitariamente, devido ao medo dos adversários. Eu considero o preço disso tudo muito alto.
Fico impressionada com um tantão de familias desagregadas, do consumo excessivo e abusivo de drogas e da violência insana que nos rodeia, em todos os lugares, mas em especial aqui em São Paulo.
Existem empresas cujos gestores, com um pouco mais de oito anos de casa, já sofrerão infarto ou algum tipo de alto grau de stress. Em muitas que eu conheço, os profissionais são consumidos como laranjas: espreme-se o suco e joga-se fora o que sobrou, o bagaço.
Nossa sociedade se transformou em triturador de sonhos, mastigando a nobreza do ser humano. E assim, os sonhos vão se substituindo por destruição.
Alguns adolescêntes, querem viver um grande amor, depois querem dominar a vida da outra pessoa.
Alguns na juventude, sonham com um mundo melhor, mas depois de um tempo, só pensam em juntar o máximo possível de grana.
Alguns ao iniciarem na vida profissional, querem apenas um trabalho que o realize. Um tempo depois, essa realização significa conseguir mais grana para comprar tudo o que se deseja ou para pagar as malditas contas no final do mês.
A nomenclatura que dão a esse processo é: maturidade! Troca-se a ingenuidade por realidade.
Eu só acho que temos que dar um basta nessa história em que, para um ganhar, outro tem que perder.
Esse pensamento estúpido, só pode criar um mundo estúpido.
Eu tenho plena convicção de que é possível ganhar muita grana e ter uma familia feliz. Ter negócio lucrativo, e profissionais felizes em trabalhar. Ter um relacionamento amoroso feliz e uma profissão bacana. Acho que tudo isso é possível se acreditarmos que é.
Sempre digo, que pode parecer utopia, mas esse planeta digno da espécie humana, só vai se realizar quando tivermos fé e trabalharmos por ele. Será que é muita utopia pensar assim?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vou-me embora pra Pasárgada (Paródia)

Vou-me embora para Itália
Lá não conheço ninguém
Aqui não é o que espero
É lá eu viverei bem

Vou-me embora para Itália
Aqui estou na tristeza
Sozinha com minha frieza
Por lá serei mais feliz

Aqui as pessoas correm
Há miséria pelas ruas
Todos os dias crianças morrem
Pelas esquinas mulheres nuas

Há de se dizer coisas boas
Alguns milionários vivem à toa
Jogadores de futebol também
Ah, os políticos não fazem o bem

Meu País é cheio de riquezas
Mas alguns vivem de safadezas
Temos natureza e cidades magníficas
Temos particularidades específicas

Vou-me embora para Itália
Pois Pasárgada não existe mais
Virou sítio arqueológico
E fica longe demais

Vou-me embora para Itália
Quero comer macarrão
Viver feito cidadão
E ter paz no coração

Caros amigos,
Desculpem a brincadeira com uma poesia tão sublime como a de Manuel Bandeira (Vou-me embora pra Pasárgada). Eu tenho por hábito repetir essa frase no escritório onde trabalho, quando os dias são difícies.
Então, fiz essa paródia, já que tenho tanta vontade de conhecer a bela Itália.
Espero que Manuel Bandeira me perdoe por isso!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A minha verdade sobre a "verdade"

Em alguns momentos, nos deparamos com situações extremamente desagradáveis e até perigosas.  Por exemplo, um super amigo nos convida para uma festa cheia de outros amigos e apenas um que não nos agrada. No meu ponto de vista, uma boa desculpa pode nos tirar de praticamente qualquer situação, mas mesmo assim, tem gente que não se permite utilizar essa opção porque tem uma definição extremamente radical sobre honestidade.
Qual deveria ser a resposta "honesta" para um convite desse tipo: "Não, não vou nessa festa de jeito nenhum, porque não suporto o fulano de tal e sou capaz de falar tudo o que está engasgado aqui dentro, e ainda acabar com toda essa festa, você pode não se lembrar, mas essa pessoa fez tal e tal coisa comigo e você ainda tem coragem de frequentar o mesma lugar que ele..."
Será que esse tipo de sinceridade muda alguma coisa?
Essa sinceridade a toda prova pode até ser considerada uma qualidade nos tempos de hoje, mas, na realidade, quando as pessoas falam "Preciso ser verdadeiro com você", em geral seguem com um discurso de traição, abandono e ataque.
Os que defendem a "honestidade" não deixam nada intocado.
Penso que, diversos relacionamentos se afundam antes mesmo de começar porque os dois pensam que devem confessar todos os atos sexuais que tiveram ou pensaram em ter, antes daquela relação. Acredito que elas só se iludem, não esclarecem nada com isso.
A verdade que vale a pena cultivar, é a que diz respeito ao que dizemos, não ao que comunicamos.
É melhor sermos verdadeiros em relação ao nosso sentimento do que honestos em relação à nossa disposição.
Quando meu sobrinho de 5 anos traz uma folha de papel e diz:
- Olha tia o desenho que eu fiz!!
Ele consulta o meu coração, meus sentimentos mais profundos e não passa nada além disso dentro de mim e digo:
- Ah! que lindo! que desenho maravilhoso, vou pendurar lá no meu mural. Para mim, essa é a verdade, ainda que o desenho seja um monte de rabiscos.
A língua pode espalhar o desentendimento e não a compreensão. Ela nos dá o calor, mas não dá a iluminação.
Quando conversamos com alguém, há o tema das palavras que são ditas, mas raramente este consiste na verdadeira importância da conversa. Algumas pessoas não pensam dessa forma, e eu as respeito, mas no meu ponto de vista, certas coisas não precisam ser ditas a ferro e fogo, sem que o sentimento de quem está do outro lado seja respeitado.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Só amanhã

Assaltaram-me a casa, e não levaram apenas meus sentimentos. Levaram também tantas outras coisas lindas que eu tinha. Agora só as vejo a distância.
Posso não saber falar das ondas do mar, das estrelas do céu e nem dos pássaros que enfeitam as matas...
Posso não saber descrever sorrisos, gestos e nem saber desenhar o que faça rir...
Se tudo isso fosse um sonho, talvez amanhã pudesse escrever sobre como me sinto.
Mas se é amor o que sinto, e dor o que me invade, de nada me serve invertar no hoje.
Amanhã tentarei novamente...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um lugar dentro de mim

O ser humano me surpreende e me decepciona a cada dia... É praticamente impossível passar um único dia sem tomar um susto. Existem pessoas que olham apenas para seus próprios umbigos, outras olham só para os dos outros, e existem ainda as que não olham para nenhum. Sinceramente, não sei quais delas eu prefiro ou detesto mais.
Passamos por tantos acontecimentos num único dia que atordoa, é como se vivêssemos dez dias num só.
Desculpem essa amargura desfreada de hoje, mas quero ainda deixar um recado para meus "inimigos" (que não são muitos, mas existem) sorrateiramente pelos cantos e frestas, rastejando como animais acoados, (porque essas pessoas não andam como agente, de cabeça erguida, elas rastejam), loucos para dar o bote:
- Existe um lugar, bem aqui dentro de mim, que somente eu posso sentir, onde entro em contato com a beleza e a eternidade. Um lugar onde realmente sinto minha paz interior.
Um lugar que não precisa ser desfragmentado, arejado ou definido. Mas com tranquilidade e transparência ele pode ser visto claramente, e tudo em relação a ele é conhecido e familiar - Porque este ser aqui, é íntegro. E isso, ninguém pode tirar de mim!

domingo, 7 de novembro de 2010

Riqueza dos dias

Fico pensando às vezes, em como seria se fôssemos coerentes sobre o que somos, mas cheios de dúvidas em relação ao que vemos?
E se conseguissemos olhar para as coisas que acontecem como marinheiros de primeira viagem?
Acho que falaríamos para nós mesmos: "Hoje meus olhos serão flexíveis, olharei tudo com suavidade", ou "Me lembrarei a todo momento de que nunca vivi um dia como este antes, jamais falei dessa forma com aquela pessoa ao telefone, jamais estive no meio dessas pessoas todas, nunca olhei o céu como hoje", ou ainda "Não julgarei ninguém antes do tempo".
Enfim, se conseguissemos viver nossos dias sempre assim, quando chegássemos ao final dele, pensaríamos: "Estamos ricos em novidades".

Selo: Blog digno de ser lido!

A Déya, do inesquecível: http://andreyawilsimar.blogspot.com/, que indicou-me para um outro selo que nem sei o que dizer de tão feliz que fiquei. As regras dizem que preciso indicar 5 blogs prestigiados. Vamos lá então:



A querida Carla: pequenosbarulhosinternos.blogspot.com

A amiga Regina: http://nobalancodashoras.blogspot.com

O querido Gilberto: http://nelmezzodelcammim.blogspot.com/

Kimbanda: http://serra-da-leba.blogspot.com/

O excelente amigo Rike: http://hobbyblogclube.blogspot.com/

Um beijo meus queridos!

Prêmio Dardos

A idéia desse blog veio de uma conversa numa mesa de bar com três amigos. Nada pretensioso, nada combinado exatamente, mas algo desejado sentimentalmente.
Na realidade, os quatro queriam escrever sobre suas inquietações, sentimentos, estórias, histórias e desejos.
Tenho por formação ser uma pessoa um tanto prática, algumas coisas para mim, soam como "bobagens" (no sentido de que podemos viver tranquilamente sem aquilo.)
Eu li muitas coisas sobre os tais selos de homenagens, e achava (sinceramente) uma coisa meio comercial, meio desnecessária.
Hoje, recebi duas homenagens, aliás três, que me fizerem contradizer os pensamentos anteriores...
Como é bom ser homenagiado por quem se gosta, ainda que não possamos ver a sua face, mas ler seus sentimentos...
 Bom...
Recebi uma homenagem incrível da amiga Carla Farinazzi, do excelente pequenosbarulhosinternos.blogspot.com. 
O Prémio Dardos tem as seguintes regras: exibir a imagem do Selo no blog; revelar o link do blog que me atribuiu o Prêmio; escolher blogueiros para premiar.


Meus caros amigos, como escolher entre tantas e tantas coisa lindas e sensacionais? Estamos de novo entre as tais escolhas que tanto falo. Então vamos nessa: (Num primeiro momento, não quis escolher os mesmos já premiados pela amiga Carla).

Inaie: http://inaier.blogspot.com/

Déya: http://andreyawilsimar.blogspot.com/,

A Carlinha do: http://silenciandocompalavras.blogspot.com/

Lu por lu: http://luciana-lucianaporluciana.blogspot.com/

A Ana: http://mundoparalelo27.blogspot.com/

A poetiza Helena: http://escrevoparaviver.blogspot.com/

A querida Tati: http://www.perguntasemresposta.com/

A Néia: http://eternosim.blogspot.com/

O poeta Alquimista: http://alquimiadaspalavras.blogspot.com/


Eu queria indicar ainda tantos que já foram indicados, como a Dani, a querida Otilia que faz comentários ímpares, a Lois do sensacional: http://tangaramerece.blogspot.com/, que me homenagiou hoje lindamente, citando-me em suas reflexões, a Verô do maravilhoso http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/.  O querio amigo Rike do: http://hobbyblogclube.blogspot.com/, O novo amigo Gaúcho, já necessário nesse mundo: http://penso-logo-digito.blogspot.com/ e o divertidissimo Xipan zeca, do http://xipanzeca.blogspot.com/.

Obrigada Caros amigos!

sábado, 6 de novembro de 2010

Emoções e Reações

Hoje pela manhã, quando saia da fila do caixa do mercado, vi dois carrinhos de compras, ambos cheios de sacolas. Imaginando que o mais próximo era o meu, empurrei-o até o carro. Quando peguei as sacolas para guardar no carro, percebi que não eram minhas compras. Imediatamente fechei o porta-malas e empurrei o carrinho de volta para o mercado. No meio do caminho, fui surpreendida com uma mulher enfurecida acompanhada pelo gerente. Ao tentar dizer que estava indo trocar o carrinho, ouvi um berro estrondoso:
- Esse carrinho é meu! berrou a mulher.
- Eu sei, eu devo ter....
- São as minhas compras! Ela berrou novamente.
Cada vez que eu começava uma frase, ela interrompia com as mesmas palavras. Acabei me enfurecendo também.
- A senhora vai repetir isso mais uma vez? perguntei.
- Esse carrinho é meu! respondeu ela.
- Legal - eu disse. - Isso deve ser muito legal!
Surpresa com a minha reação, ela arrancou o carrinho de mim, virou as costas e foi embora sem nem se despedir. Só nesse momento notei que o gerente estava com as minhas compras. Ele me pediu desculpas, eu agradeci e a ocorrência terminou por ali.
Depois, ao refletir sobre o ocorrido, me dei conta de que não tivera nenhuma reação especial quando ela disse pela primeira vez "Esse carrinho é meu". Só fiquei irritada uns trinta segundos depois, quando o pensamento "Não tenho que escutar esse tipo de coisa" entrou na minha cabeça. Analisando mais de perto a sensação, tive outros pensamentos: "Não sou obrigada a ser tratada assim", "Não mereço ser desrespeitada."
Era como se somente agora eu enxergasse a mulher sob lentes de uma falsa dignidade, que veio em socorro do meu ego. Esse pensamento me transformou em vítima - enfim, meu orgulho ficou vulnerável à fúria dela. Comecei a imaginar a infinidade de pensamentos que eu poderia ter tido enquanto ela gritava, como, "Que mulher louca", ou "O que será que o gerente está pensando de tudo isso", ou ainda, " O que será que houve na vida dessa mulher para algo tão pequeno ser tão importante para ela".
Enfim, a única certeza de episódios iguais a esses é que, cada um desses pensamentos que tive, teria ocasionado uma emoção e reação diferente no calor daquele momento.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Expectativas e Contradições

Quanto aos laços amorosos contidos nas relações humanas, nadamos contra a maré. buscamos o impossível: a união total nunca vai existir, o partilhamento total é inexeqüível. Nem o essencial conseguimos compartilhar: é susto e descoberta, sucesso ou derrota de cada um - sozinho.
Mas, numa conversa ou num silêncio, num gesto de amor, num olhar ou numa noite de choro compulsivo, pode-se abrir uma fresta. As vezes lamentamos a palavra na hora errada e o silêncio na hora em que deviamos ter falado.
Tenho escrito, insistentemente, sobre as escolhas que fazemos, sobre sermos inocentes e responsáveis em relação ao que nos acontece.
Somos donos de grande parte de nossas omissões e nossas escolhas, acomodação ou audácia, nossa esperança ou desconfiança... Mas somos inocentes das fatalidades e dos acasos estúpidos que nos assaltam pessoas, amores, emprego, saúde e sonhos.
A vida é como uma floresta: tem flores e frutos sensacionais e tem venenos mortais.
A minha expectativa da espécie humana, de mim mesma, é tão contraditória quanto, realmente, somos.
Os dias, semanas, meses e anos, devem servir para crescermos e acrescentarmos, não só para limitar-se e perder. E dessa minha expectativa, precisamos nos tornar Donos, não empregados. Pessoas, não pequenos animais assustados que correm de um lado para o outro sem nem saber por quê.