Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mudanças

Eu sempre tive muita dificuldade com as mudanças, porque elas produzem uma ansiedade incontrolável dentro de mim.
Uma troca de emprego, uma mudança de apartamento, romper um relacionamento que me esmagava, evitar um convívio onde um se anula enquanto o outro repudia, enfim, sair do que parecia habitual, mesmo que ruim, sempre foi perturbador.
Eu ainda tenho essa aflição e isso ainda me pega de jeito em alguns momentos, mas com uma melhora efetiva, pois hoje reflito muito mais sobre as coisas que me acontecem, eu mensuro meu egoísmo e me abalo menos com as modificações que a vida me coloca pela frente. As coisas mudam a todo momento, as pessoas não são mais as mesmas de dez anos atrás, as famílias mudaram, e tudo avança numa velocidade incrível. Porém os sentimentos e emoções humanas não mudaram.
Os sentimentos básicos ainda são os mesmos: liberdade, afeto, segurança, parceria, ser importante para alguém. Não é necessário muito, mas ser valorizado sempre foi importante para qualquer ser humano. E não tem a ver com grana e status, mas sim com o modo como somos vistos, por nós e pelos que amamos. Minhas atitudes e desistências brotam desse conceito.
Pouco importa se você é doméstica, empresária, vendedora, executiva ou atendente de lanchonete: é necessário gostar-se na medida em que você acredita na sua dignidade, querendo expandir conforme seu valor. E também segundo ao que você acha que vale a pena esse crescimento, essa entrega. Depende muito de confiança, que algumas vezes falta, claro que falta.
Se eu achar que não to valendo mais nada, serei sempre nada. Permitirei que vivam, decidam e falem por mim. Porém, se eu acreditar que apesar de todos os medos e limitações eu mereça coisas boas, lutarei por isso, independente da mudança que venha enfrentar, ainda que seja dentro de mim. Sendo assim, posso até permitir que os outros me amem, nem sempre da forma como eu gostaria, mas da forma que podem me amar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ele não sabe

Ele não sabe mais nada sobre mim.  Não sabe que meu cabelo cresceu, que hoje uso lentes de contato. Ele não sabe quantas coisas passei durante todos esses anos, que casei e separei, que tive inúmeras experiências profissionais, não sabe nem os meus novos assuntos. Ele não sabe quantos amigos sumiram desde que abandonei a minha vida social intensa. Ele não sabe nem a cor dos olhos de quem eu amo. Ele não sabe que eu nunca mais senti saudades. Que deixei de pensar em tudo aquilo há muitos anos atrás. Ele não sabe que desde que não dividimos mais nada sobre nós, eu me tornei a minha melhor companhia: ele nem faz idéia que foi ele  quem me ensinou esta alegria.