Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
Seja Bem vindo!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A saga da perda de peso continua

Pois é. E o meu projeto de perder peso continua.
Desde que nasci eu tenho dois grandes problemas em relação a meu peso:
Primeiro é a facilidade de engordar e segundo é a dificuldade de emagrecer.
Não é possível, mas em algum lugar do meu corpo foi instalado um gene de elefante, como pode? Os elefantes são herbívoros e tem aquele peso todo.
Fora que devo ter um enorme problema nas vistas, ligado ao acúmulo de gordura, pois basta olhar para uma macarronada que minha barriga aumenta.
Ao longo desses 30 anos, já engordei, emagreci, engordei, emagreci, engordei, emagreci, como qualquer sanfona em histeria.
O fato é que nesse engorda-emagrece eu acabei parando no engorda e passar a vida preocupada com isso é um pé no saco.
Mas o pior de tudo isso é ouvir sempre as mesmas receitas para emagrecer, além disso ouvir o tempo todo que você precisa emagrecer, você vai ao dentista e ele diz que o problema é o excesso de peso, é de matar!
Agora vamos deixar de ser hipócritas, o mundo ocidental, capitalista, foi feito para produzir gente gorda... Por onde você olha, tem coisa que engorda, até na banca de jornal. Você nunca vê por ai, venderem cenoura em rodelas, pepino picado ou talos de alface na boca do caixa do posto de gasolina.
Além disso, existe uma industria da propaganda do emagrecimento, tudo mentira para levar seu suado dinheiro embora. As modelos esbeltas vendem de tudo, até tampo de privada, fazem plástica, colocam peitos falsos e depois vendem aquelas malditas sopas em dez parcelas de noventa e nove reais, pois querem que você acredite que foi aquele lixo que as deixou com aquelas curvas.
Ai você encana, que nada te serve, que a papada acima do pescoço está inaceitável e a bunda maior do que da mulher melancia, (-só que com celulite) e resolve que precisa fazer algo.
Uma nutricionista amiga minha disse docemente: “Má, é só fazer reeducação alimentar”, me fez receita e tudo; Ah bom, então era isso? Falta de educação da minha parte? Ok.
Então se é tão fácil assim, porque grampeiam estômagos sem parar? Costuram a boca e aumentam o reto?
Ai, ai, muito complicado isso! ontem uma amiga me perguntou o que eu faria com tantos quilos a menos? Disse a ela que sairia correndo feito uma louca para dar uma surra no imbecil que inventou que as pessoas tem que emagrecer, ela morreu de rir da brincadeira.
O fato é que não sei bem porque, mas minha vida se modificou bastante. Hoje ainda comentei com uma amiga, que não sei se essa mudança vem do amadurecimento da idade, da mudança de emprego ou se eu to achando que vou morrer logo, mas para quem me conhece realmente não acreditaria que estou comendo salada, diminuindo o cigarro e caminhando por uma hora todos os dias.
Bom, se vocês me permitem encerro por aqui pois preciso fazer minha caminhada daqui a pouco.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Caminhada

Quem me viu? Quem me vê?

Tenho caminhado há duas semanas pela praça da Alameda Santos, 1 hora por dia, sem parar. Uso o celular para ouvir musica e marcar o tempo da empreitada.
Nessa minha nova aventura, passo por muita gente conversando e ouço, involuntariamente, trechos de conversas descomprometidas.
Ou assim:
“ Moleque, não puxa o rabo do cachorro que ele vai te morder!”
Tem uma frase super freqüente de mães de crianças pequenas:
“Pára de correr que você vai cair!”
Provavelmente, isso deve ser uma missão subliminar para a criança: não corra, não caia, não assuma riscos, ou então, caia para me fazer feliz.
Mas, existem outras frases que marcaram pelo inesperado. Como dos dois rapazes de quem ouvi, ao passar por eles:
“Se você coloca na boca fica duro!” e o outro respondeu: “Mas se continuar chupando ele amolece”.
Eu juro que não foi indiscrição minha, eles andavam tranquilamente, falando alto. Se não falavam de um chiclete qualquer, a surpresa era a naturalidade com que falavam, mas não faço idéia como a conversa terminou.
Tem também um casal de namorados que se encontra todos os dias na mesma escada da praça, no mesmo horário e se beijam por mais de 1 hora, pois chegam exatamente junto comigo e quando vou embora eles ainda estão por lá. O mais surpreendente é que eles não conversam, só se beijam.
A turminha do período da tarde do colégio Dante passa fazendo arruaça, gritam, fazem piadas, fumam maconha embaixo da grande arvore da jaú, até que o posto policial móvel encosta e acaba com a graça dos pirralhos.
O casal de mendigos e seus quatro cachorros chegam, agora já me olham com simpatia, mas no começo faziam cara feia, como se eu estivesse invadindo a casa deles, de uma certa forma é assim que sentem mesmo, pois pelo que entendi eles dormem nessa praça todas as noites, montam suas caminhas no banco e prendem os cachorros nas arvores.
Tenho me divertido com essa nova fase, digo fase pois não sei onde isso vai dar, mas confesso que está me fazendo muito bem.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Madrugada a dentro

Aguardei o silêncio chamar,
A ultima melodia acabar,
As falas no corredor se amortecerem aos poucos,
Os cachorros pararem de latir feito loucos...

O zumbido do vento na janela foi se enfraquecendo,
E o tempo ficou ali sucinto,
A sombra das pessoas em movimento
No vácuo esconderam-se como num labirinto

A lua dessa vez não se manifestou, e solidária,
Se partiu ao meio, fino anel de prata,
Estrelas apagaram suas luzes
Deixando o breu da noite abstrata.

E assim permaneci...
Madrugada a dentro,
Nenhuma voz, pouco barulho, muito vento,
Nenhuma luz a me ascender

Eu ali, calada.
Instante ideal para uma conversa destoada,
Em que o silêncio fala por si mesmo,
E o pensamento, um eco forte e medo.

É um choro compulsivo rebuscando a camuflagem,
É o encontro de duas de mim discutindo seus disfarces...
O que eu sou, abafando a espontaneidade,
O que eu não sou, ocultando minha imagem.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Resposta ao tempo

Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, seu eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim, sussurra acabar com os caminhos
Que amores terminam no escuro sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer
http://www.youtube.com/watch?v=i2EvuOEt57Y&feature=related

Uma das minhas músicas favoritas, com uma letra incrível de Aldir Blanc e Cristovão Bastos, onde o homem dialoga com o tempo, interpretada maravilhosamente por Nana Caymmi.
"Eu vou ficar calada, um tempo enorme só olhando você sem dizer nada, só olhando e pensando, meu Deus, mas como você me dói de vez em quando."

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O inimigo mora ao lado

Existem algumas pessoas, bem pertinho, que estão contra mim. Não sei exatamente porque, nem o que querem, mas com certeza estão tentando boicotar minha vida.
Vou falar até baixo para que não me escutem, vou caminhar na ponta dos pés, principalmente quando eu estiver feliz, porque eles, não podem ver uma idéia legal, um sorriso bobo, que vem correndo para estragar tudo.
São os inimigos... Disfarçados de pessoas comuns, de famílias unidas, de casamentos sólidos.
Ah! você pensou que eu não tinha inimigos, não é? Que caso me matassem amanhã, minha vizinha da frente apareceria no Datena e diria: “Nossa, essa menina meiga não tinha inimigos...” Pois eu tenho!
E acho que é melhor que eu os conheça, do que deixá-los assim agindo a própria sorte.
O inimigo é assim, quer tudo o que você tem, quer ser o que você conquistou – a duras penas – quanto mais complicado foi conseguir, mas ele tenta tirar de você. Há pessoas que evitam esse confronto, outros o rejeitam. Eu ainda apanho. Porque de certa forma, eu me importo. Trato-o como uma criança travessa que quer fazer bagunça na casa dos outros, e talvez por isso, tão impertinente. Se eu o tratasse à altura, como um inimigo forte e sóbrio, talvez as lágrimas escorressem menos e eu com certeza o liquidaria na primeira batalha.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Paixão

Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar...

Ser feliz é tudo que se quer
Ah! Esse maldito fecheclair
De repente
A gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar...

Depois do terceiro
Ou quarto copo
Tudo que vier eu topo
Tudo que vier, vem bem

Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo
Nem por mim
Nem por ninguém...

Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume
Faz que tenta se matar...

Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura
Em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar...

Tens um não sei que
De paraíso
E o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou...

Essa música é simplesmente uma poesia. "Não quero ficar na sua vida, feito uma paixão mal resolvida, dessas que agente tem ciúme e se encharca de perfume, faz que tenta se matar..."
"Amo tua voz e tua cor e teu jeito de fazer amor, revirando os olhos e o tapete, suspirando em falsete. Coisas que eu nem sei contar..."

Tratá-se de uma composição de Kledir da dupla Kleiton e Kledir, mas achei uma versão no you tube com a Simone em 1983. Muito boa!
http://www.youtube.com/watch?v=41BvuccSmV4