Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
Seja Bem vindo!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Amigo Querido

Ontem reencontrei um velho amigo querido.
Eu já o citei aqui no Blog da época que nos conhecemos no Baronesa.
Foi tão bom! Revivi todas as conversas e boas lembranças.
Nosso destino de uma certa forma já esta escrito e previsto,
mais os caminhos que trilhamos estão repletos de surpresas e de infinitas aventuras.
Conhecemos, descobrimos e nos aprofundamos naquilo que vai nos enriquecer e nos acrescentar,
Estou falando das amizades que se formam e que se tornam importantes e vitais em nossa rotina.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Saco Cheio

Hoje acordei com meu saco arrastando...
Aliás eu já fui dormir de saco cheio.

Estou com o saco arrastando desse meu jeito maneiro de ser
De saco cheio de pré-julgamentos, enganações, ilusões...
Estou com o saco arrastando de mentiras,
De falta de ética, falta de caráter...

De saco cheio de ser compreensiva,
De entender o outro, de ficar calada...
De saco arrastando de ajudar quem só trai
De tanta luta que se esvai...

O mundo está cheio de gente vazia.


“O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes, e os inteligentes cheios de dúvidas” Russel.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vontade de viajar...
É sempre a mesma coisa quando vai chegando o fim de semana
Fico completamente doida para ver as pessoas que eu gosto
Bater altos papos com amigos queridos
Tomar uma cerveja mesmo nesse frio cortante...

Vontade de viajar...
Talvez para lua e ver bem de longe nosso planeta
Porque de longe agente enxerga melhor
Talvez encontrasse respostas a infinitas perguntas

Vontade de viajar...
Talvez para dentro de mim mesma
E entender melhor essa forma maluca de encarar a vida
Entender melhor essa ansiedade, esse frio e calor...

Vontade de viajar...
Fazer uma revolução,
Tirar a roupa,
Gritar por um mundo melhor
Deitar no colo da pessoa amada

Vontade de viajar...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Não vá ainda

O que você quer?
O que você sabe?
Não é fácil prá mim
Meu fogo também me arde
Às vezes
Me vejo tão triste...
Onde você vai?
Não é tão simples assim
Porque às vezes
Meu coração não responde
Só se esconde e dói...

Por favor não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda
Me espera adormecer
Não vá ainda
Não, não vá ainda...

Me diga como você podeViver indo embora
Sem se despedaçar
Por favor me diga agora
Ou será!
Que você nem quer perceber?
Talvez você
Seja feliz sem saber...

Por favor não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda
Me espera adormecer
Não vá ainda
Espera anoitecer...
http://www.youtube.com/watch?v=4IuybRyJaUs

Vale a pena ouvir e ler essa letra...
O Show da Zélia Duncan é sensacional.
Em homenagem a virada cultural de São Paulo 2010.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O que seria de mim se não fosse a “outra” que às vezes me habita?
A vida é assim:
Distintamente dialética
(sem ser filosófica).
Convivemos com as oposições o tempo inteiro.
E nada nos completa sem a contradição, sem o oposto.
Lembramos que o dia só é resplandecente
porque existe a noite, que é escura.
Se não fosse assim, tudo seria igual,
Não haveria o diferente.
Portanto, somente sou eu, em minha excentricidade,
Porque a “outra” existe.
Mas esta “outra” que tanto me completa, e me dá sentido,
às vezes a ignoro (e vice-versa).
Finjo que não existe.

A diferença está nas atitudes

Um Executivo Industrial do segmento de sapatos enviou a África dois de seus Executivos comerciais para verificar se a região seria boa para expansão dos negócios.
O primeiro executivo retornou desanimado, cabisbaixo e reportou a seu superior:
- Chefe, a região é muito ruim, as pessoas não usam sapatos, não vale a pena montar uma unidade lá, eles não vão comprar.
O segundo executivo, voltou dois dias depois animado, motivado e reportou sua experiência ao superior:
- Chefe, aquilo lá é uma mina de ouro, você não acredita, ninguém usa sapatos, vamos ganhar rios de dinheiro.

Não preciso dizer mais nada, a real diferença está na atitude e visão dos profissionais.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

30 anos

Ontém foi meu aniversário.

Consegui viver 30 anos.
Dias pares e dias ímpares, dias solteira, dias casada e dias amando.
Foram 30 anos marcados num calendário que só tem o hoje.
Mas foram 10.950 hojes.
Tem gente que não gosta de aniversários. Não atende nem o telefone. Outros fingem esquecer o próprio aniversário.
Não lembrar é esquecer que nasceu.
Eu prefiro lembrar.
Pode parecer piegas, mas eu curto os meus aniversários.
Gosto de receber os parabéns, adoro os abraços, os beijos, os e-mails, os telefonemas, as mensagens...
É todo mundo sabendo que ainda estou por aí e por aqui.

Ontem foi meu aniversário.

A festa foi surpresa e foi mágica.
Senti o cheiro da infância voltando e deixei o meu coração seguir o ritmo feliz de um coral improvisado dentro de mim, cantando o parabéns pra você.
E voltei pra casa dormindo em paz.
Por isso gosto de comemorar meus aniversários, eles me garantem as realizações do meu ainda.
Vou abrindo os meus dias do novo ano que começo a viver.
Manhãs embrulhadas em cores e laços que devo desatar logo que me levanto.
Cheirinho bom de novo, da chance de sempre recomeçar, de não cometer os mesmos erros.

Ontém foi meu aniversário.

Cada dia do novo ano da minha nova idade é perdão e oportunidade que a vida me oferece, é confiança que ela me deposita: Vai, Mayra, você tem mais uma chance de ser melhor.
E lá vou eu, consertando, atrapalhando, consertando outra vez...
E lá venho eu, arrumando, bagunçando, arrumando outra vez...
Pêndulo de carne, osso, sangue e alguma coisa além do farelo que fica no túmulo.
Sou eu nascendo, morrendo e renascendo.

Ontém foi meu aniversário.

Não conto os dias, pois detesto matemáticas irredutíveis.
Procuro vivê-los como criança quando vê mágica.
Acho que é isso o que me faz tirar coelhos de cartolas vazias.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Edificio no meio do mundo

Meus amigos costumam dizer que por onde eu não morei com certeza eu estudei ou trabalhei, mas isso não é bem assim!
Cheguei a São Paulo aos 20 anos.
Entrei na faculdade, arrumei um trabalho numa corretora de seguros na Avenida Faria Lima e nos primeiros meses morei numa republica com 6 meninas na Rua Pires da Mota – Aclimação.
Eu gostava de lá, principalmente da Dona Natalina que era a velha dona do apartamento.
Acredito que eu tenha morado nesse lugar uns 6 meses, mas nos primeiros 2 meses tinha que dividir um quarto com mais 5 meninas e isso foi o mais difícil.
Com o tempo e muita habilidade, convenci a velha a me dar à sacada do apartamento como quarto, e a partir disso passei a ser mais feliz. O problema começou a ser minha família, que ficava péssima porque eu estava morando daquela forma.
Comecei então a procurar apartamento para comprar, fui a cada lugar que vocês não acreditariam se eu contasse, mas o que realmente gosto de contar é de quando cheguei ao lugar que me encantou.
Numa das Avenidas mais famosas e importantes do contexto Paulista.
O prédio em si era uma tradicional espelunca, mas a melhor localização de São Paulo.Um dos maiores e mais discretos redutos da excentricidade e decadência paulista.
Gays, transexuais, prostitutas, velhas, sub-celebridades e artistas que torraram seus últimos tostões para morar sob as asas da abandonada cobertura que, na época da ditadura, fora do casal Cacilda Becker e Walmor Chagas.
Eles chegaram a construir um pequeno teatro dentro do salão principal da cobertura, acredita?
Tudo abandonado… Como se o passado não valesse nada.
Caí de pára-quedas naquele prédio, pura obra do acaso: um anúncio no jornal, contato com o corretor que dizia minha mãe que parecia o Robert Redford, pura ilusão de ótica, o velho era feio demais.
No prédio nem interfone havia. Quem chegava à portaria, ou fazia o porteiro correr até o apartamento da pessoa ou subia deixando o RG de refém.
Com pouco tempo fiquei amiga do Zelador, ele conhecia deus e o mundo. Acabei descobrindo que ele era da mesma cidade que minha família, ficamos muito próximos, por onde íamos ele me apresentava as pessoas.
Espalhou a informação de que eu era do interior, como se fosse uma doce donzela a ser preservada. Mas não adiantou nada, pois quando vi, eu já estava no meio da malandragem do prédio... Bichas, sapas, travecos, putas, traficantes, artistas em fim de carreira, a amante de um grande assaltante de banco e um pouquinho da Elke Maravilha…enfim...
Eu era muito careta naquela época, ainda bem, mas os espertinhos me respeitavam... Ouvia um monte de histórias, era juíza de relacionamentos em crise no meio da madrugada, dava esconderijo para prostitutas escaparem de namorados ciumentos, chorava junto com a velharada e viajava com a malucada que zumbizava no jardim da entrada, a espera de amores que nunca mais voltariam.
Cada volta para casa pelos corredores era uma aventura, morria de medo de atravessar aquilo sozinha. Meus vizinhos, nem da pra contar, o mais santo era pedófilo, ainda bem que eu já tinha mais de 20 anos.
O mais impressionante é que eu gostava daquele lugar, era como se eu já o conhecesse.... Lembro-me da minha primeira entrada no apartamento, quando ainda morava a antiga proprietária... Eu me rendi ao lugar, me apaixonei naquele instante.
Ainda existem milhares de histórias a serem contadas, pois esse lugar ainda respira experiência e hoje já inspira confiança.
Sabe aquelas pessoas feias que tem histórias para contar, tem experiência, carisma e se transformam em beldades na nossa concepção de beleza? Pois é, esse prédio é essa pessoa para mim.