Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
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domingo, 30 de agosto de 2009

O Corpo

Sempre me vi diferente das minhas amigas, eu era o pinto de granja na frente das codorninhas... Sempre a mais baixinha, a que não tinha medo de falar com os professores, a que engolia o choro quando era profundamente ferida... A que estudava bastante, mas sempre perdia pontos por comportamento, e que demorou a achar que os meninos tinham algo de interessante, além das bicicletas incrementadas e das brincadeiras mais divertidas... Casinha, lojinhas, nada disso se comparava à pipa, bole-bole, polícia-e-ladrão...Por que será que eu me via tão diferente?
Talvez tenha sido isso que me fez ter poucos amigos e preservar aqueles tão poucos...Sempre me vi diferente... As roupas moderninhas sempre ficaram esquisitas em mim... Cabelos escuros, vermelhos, nem pensar... Pagode, forró etc... Até dançava, mas não era meu forte!Eu era diferente, era a que gritava, que não agüentava ser mandada, a que era “a dona da verdade absoluta”, a que lia Sidney Sheldon e gostava de Camões, a que ouvia Caetano, Bethânia, Osvaldo Montenegro e chorava ao ouvir meu Pai recitar poemas...”Ah! Que saudades que tenho... Da aurora da minha vida!”
Que adolescência saudosa... A que ia para o quintal ver flores, formigas, lagartas e admirar o crepúsculo...Criar gatos... Tratar deles, só eu tinha bichos! Mas, cresci.
Continuo não usando o jeans com freqüência, pedindo a Deus que faça menos sol nesta cidade de São Paulo, tão quente, mas tão humana, e com cabelos louros, como o sol.Eh! E continuo sendo sol, lendo e sendo eu mesma...O corpo ainda é diferente, mas a alma é que me faz ver que, ao espelho, eu sou diferente, mas a diferença é que eu me tornei diferente! E essa visão não é mais minha... É do mundo!

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