Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Meu inverso

Estou sem tempo por esses dias, mas com vontade de escrever...


Se existissem fotografias deste fim de semana estariam tremidas...
Tenho visto tantas coisas ultimamente, mas tantas, que às vezes me dá uma tontura. Parece que pesa na cabeça e ela oscila, querendo cair. Para segurar, tento me recompor em pedra, escrevendo coisas duras, tristes, outras sem graça.

Eu não sei o nome que se dá a um problema que não é bem um problema, daqueles que te tiram o sono e embrulham o estômago, que interrompem sua leitura e ficam pulando na sua frente da maneira mais angustiante possível. Existem vários tipos de problemas no mundo, diferentes em escala e importância entre si, mas o meu não é bem um problema... talvez seja uma confusão de pensamentos ou sentimentos, não sei..

Me encarei hoje ao espelho, vi meu rosto pensando... É sou eu! traços que estão entortando a cada dia, mas não me enganam, continuam me desenhando, a arte final será pele enrugada, cabelos brancos, face entortada, o corpo ainda será diferente, e saudade do rascunho... Estou com quase 30 anos e isso vem me assustando ultimamente, o tempo passa demasiadamente depressa e sorrateiro e a solidão acompanha cada passo, cada vez mais.

Lá estava frente ao espelho! Fascina-me ainda, como na idade de criança, pois ainda parece que tenho muito a viver a aprender, mas não ilude. Nunca quis entrar no espelho. Sempre me pareceu absurdo, se a profundeza do verso era rasa, não havia mundos a entrar. Mas a superfície transparente, cristalina, o inverso da imagem, que coisa mágica! por ser possível.

Meu inverso, imitando os gestos verdadeiros, ou o inverso. Hoje tive um dia daqueles! Mas ainda assim estou gozando de certa paz. Não aquela paz, posfácio do amor, em que se olha o teto e, abraçada a "ela", faz-se um discurso sobre as maravilhas do futuro. Não. Hoje essa paz foi daqueles momentos saudosos, em que se pensa no amor como existente, porém distante. Algumas vezes me engano, porque quero. Só assim é possível tragar o amargo que desce, esse intragável distanciamento que talvez seja tudo que se quer.

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